Na terceira semana de março, as expectativas de mercado foram influenciadas, em parte, pelo cenário internacional. Alguns bancos norte-americanos e europeus decretaram situação de falência ou dificuldades financeiras, o que fez elevar tanto as instabilidades econômicas globais, bem como as incertezas sobre a condução das políticas econômicas.
No Brasil, esse cenário internacional de curto prazo e a persistência do processo inflacionário doméstico contribuíram para deteriorar as expectativas de mercado para diversas variáveis econômicas. As projeções do IPCA, por exemplo, sofreram alta em 2024, 2025 e 2026. Já as expectativas sobre o crescimento do PIB e das exportações foram revisadas para baixo em todos os horizontes temporais, com quedas mais acentuadas em 2025 e 2026.
No entanto, esse movimento não foi percebido nas expectativas coletadas pelo Banco Central sobre a Selic. Isso se deve, sobretudo, pela diferença que há entre a pesquisa Focus, onde as instituições respondem o cenário mais provável, e os preços negociados pelo mercado, que refletem todos os cenários possíveis, com previsão de cortes antecipados na taxa Selic.
Para 2023, o maior destaque em relação ao aumento das expectativas recai ainda sobre os preços administrados, que mantiveram a tendência de alta dos últimos três meses e seus valores passaram de 9,13% para 9,36%, em relação à semana anterior.
Esta semana será de eventos importantes nos cenários doméstico e global, com as decisões sobre as taxas de juros no Brasil e dos EUA, divulgados nesta quarta-feira. É esperado também que o Fed e outros bancos centrais europeus anunciem uma ação coordenada, para garantir a liquidez do sistema financeiro internacional.
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