Na primeira semana de dezembro, as expectativas de mercado para o PIB brasileiro de 2023 voltaram a apresentar alta, passando para 2,92%. A revisão veio após a divulgação do PIB do 3º trimestre, que apontaram variação de 0,1% na comparação com o trimestre anterior. Apesar da desaceleração da atividade econômica, o resultado afastou as projeções mais pessimistas, que esperavam queda no trimestre. O crescimento da economia brasileira foi sustentado pelo consumo das famílias, que segue resiliente, com alta de 1,1% na análise trimestral.

Já as projeções para o IPCA de 2023 tiveram recuo, atingindo 4,51%, o que mantém o indicador dentro da meta de inflação do Banco Central e favorece a continuidade do processo de afrouxamento da política monetária. O Comitê de Política Monetária (Copom) fará nesta semana sua última reunião do ano, que tende deliberar por novo corte na taxa básica de juros. O mercado projeta que a Selic feche 2023 em 11,75% a.a.

Outro destaque da semana foi a melhoria nas expectativas para a balança comercial em todos os horizontes temporais, incentivada pela divulgação do resultado de novembro, que registrou superávit recorde nas exportações líquidas. Esse movimento pode ser explicado pela desinflação dos combustíveis, que aliviaram os preços de importação, e pela comercialização das supersafras de soja, que impulsionaram as exportações. De acordo com as expectativas coletadas pelo Focus, a balança comercial deve ter superávit de US$ 78,8 bilhões em 2023.

Além da reunião do Copom, a semana contará com a divulgação do IPCA de novembro e dos índices de atividade para os setores de comércio e serviços. No cenário externo, destaque para as divulgações de dados da atividade industrial na China e nos EUA.