Na semana que encerra o mês de julho, o mercado voltou a projetar elevação no IPCA administrados para 2023, passando para 8,90% ao ano. Os preços administrados são os serviços ou produtos com reajustes definidos por contratos ou regulados pelo setor público. Essa mudança nas expectativas está atrelada ao aumento dos preços dos combustíveis no mercado externo. Apesar da Petrobras ter descontinuado a Política de Paridade de Importação (PPI) em maio deste ano, a estatal não supre sozinha a demanda doméstica, e parte do abastecimento nacional é via importação. Dessa forma, espera-se que haja um reajuste nos preços finais ao consumidor.

Já o IPCA geral, continua em queda. Agora o mercado espera que o índice encerre o ano em 4,84%, diminuição de 0,06 ponto percentual em relação à semana anterior. A divulgação recente do IPCA-15, considerado a prévia para inflação, referente à julho, veio abaixo das expectativas de mercado. Os dados apontam deflação na análise mensal, após permanecerem nove meses com variações positivas.

Além disso, o IGP-M também apresentou recuo nas projeções. Para 2023 é esperado que o índice encerre em -3,27%, sendo a 16ª semana seguida de queda. Na última sexta-feira, 28, a FGV divulgou os resultados do indicador para julho, assinalando novamente deflação. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que compõe o IGP-M, foi o principal vetor para esse resultado, devido à queda dos preços nos principais grupos de commodities, como o milho e minério de ferro.

Nesta semana o destaque é a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que deve decidir o rumo da taxa de juros, Selic. Ainda no Brasil, também serão disponibilizados os dados da balança comercial de julho. Nos EUA, são esperados os dados de mercado de trabalho, principalmente, o Payroll de julho. Já a zona do Euro deve divulgar sua prévia do PIB para o segundo trimestre.