Desempenho Industrial
Analisa o desempenho industrial de Santa Catarina entre 2022 e 2023, destacando os impactos de fatores econômicos globais e nacionais. A elevada inflação, os juros altos e a retração do crédito afetaram a indústria brasileira como um todo, com reflexos diretos em Santa Catarina. Setores como têxteis, vestuário e metalurgia foram particularmente impactados, registrando quedas significativas devido ao aumento dos custos de produção e à redução no consumo.
Em 2022, apesar das adversidades enfrentadas pela indústria, o setor de produtos alimentícios destacou-se como um dos principais motores do crescimento industrial em Santa Catarina. As exportações de carnes de aves e suínos desempenharam papel crucial, impulsionando um aumento de 8,3% na atividade industrial ao longo do ano. Além disso, a produção de alimentos registrou a segunda maior expansão entre os estados brasileiros, reforçando sua relevância para a economia estadual. Contudo, a produção industrial de Santa Catarina encerrou 2022 com uma queda de 4,3%, influenciada principalmente pelos setores têxtil e de vestuário, impactados pelos altos custos ao consumidor e ao produtor, especialmente no segmento de roupas para adultos.
Em 2023, a produção industrial de Santa Catarina registrou queda de 1,3%, menor que a de 2022, enquanto a média nacional manteve-se praticamente estável com um crescimento de 0,2%. Essa diferença reflete o impacto do ciclo econômico, com Santa Catarina mais exposta aos efeitos do crédito caro, devido à sua estrutura industrial focada em bens acabados e intermediários, enquanto o Brasil se beneficiou das exportações de bens primários.
Apesar do início da queda na inflação e na Selic, os juros altos restringiram o crédito e os investimentos, mas o consumo aquecido das famílias favoreceu setores como borracha e plástico, que cresceram 10,1%, impulsionados pela demanda por embalagens plásticas para atender a indústria alimentícia.
Em 2023, apesar da desaceleração, a demanda externa impulsionou setores como equipamentos elétricos, que cresceram 7,7%. No mercado interno, a redução da inflação ajudou a reaquecer as vendas de eletrodomésticos, aliviando o segmento.