No mês de novembro, o ICEI obteve uma queda de 10,6 pontos para Santa Catarina, registrando um nível de 48,9 pontos, desde o primeiro semestre de 2020, quando a pandemia de Covid-19 afetou o mundo, o indicador não estava abaixo da linha de 50 pontos. Esse resultado foi uma consequência majoritariamente das eleições que aconteceram no mês imediatamente anterior, visto que o estado catarinense teve em sua maioria votos para o candidato do PL (cerca de 67,27% dos votos válidos).
Assim, com a insegurança política e a insatisfação que seguiu pós eleições afetou os empresários e a indústria, que se mostraram pessimistas em relação ao setor. Ainda ocorreram diversas manifestações que bloquearam as vias rodoviárias dificultando o escoamento de produtos e a compra de materiais industriais que afetaram a produção do mês.
As expectativas para a indústria são afetadas pelas perspectivas futuras da economia nacional
O Índice de Expectativas mede a percepção do cenário econômico para o próximos seis meses. Seguindo o movimento do ICEI geral, esse indicador teve a primeira queda em mais de 2 anos. Desde 2020 a indústria enfrenta dificuldades com a crise sanitária que paralisou a produção e diminuiu o poder de compra das famílias, a guerra na Ucrânia que impactou a aquisição de insumos e um aumento no preço das commodities, em especial o petróleo, e, atualmente, a perspectiva de um deterioramento da economia nacional.
Além disso, o ciclo contracionista monetário, que de acordo com o BACEN, teria fim no final de 2022 poderá se estender ao longo de 2023, o juro futuro para janeiro de 2024 está precificado em 14,1% (14/12/2022). Com a prorrogação das altas taxas de juros a indústria possui mais dificuldade para realizar investimentos e os consumidores tendem a consumir menos, o que gera um momento negativo para os industriais.
Alta no dólar afeta as condições para a indústria catarinense
O Índice de Condições Atuais também se deteriorou com um nível 0,9 ponto acima da linha divisória dos 50 pontos, o valor para o Brasil foi um pouco acima em 53,2 pontos. A indústria catarinense depende da importação de maquinário e outros suprimentos que acabam encarecendo por conta do aumento do dólar visto ao longo de novembro, especialmente comparado ao restante do país que se beneficia de um dólar mais alto por conta das exportações agropecuárias. Os setores mais intensivos catarinenses são os mais prejudicados nessa alta, destaque para os setores de Equipamentos Elétricos e Máquinas. Por outro lado, a produção de alimentos é o principal meio de receita do estado e que pode acabar sendo beneficiado da valorização da moeda estrangeira.
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