O ICEI de Santa Catarina registrou 51,2 pontos em abril, ficando acima do limiar de 50 pontos pelo quarto mês consecutivo, refletindo um sentimento de confiança do empresário catarinense na economia durante todo o ano de 2024 até o momento. Para o Brasil, o índice atingiu 51,5 pontos, também sinalizando confiança por parte dos industriais brasileiros.
Entre os indicadores que compõe o ICEI, o componente de Condições Atuais para Santa Catarina ficou acima do valor registrado para o Brasil pela primeira vez nos últimos 12 meses. Além disso, a média de 46,5 para o período de janeiro a abril de 2024 supera a média de 43,2 registrada no mesmo período em 2023.
Isso indica que, embora o índice permaneça abaixo do limiar de 50 pontos, o sentimento de piora das condições econômicas nos últimos seis meses se encontra menos difundido hoje do que no mesmo período do ano passado. Essa melhora relativa no indicador de Condições Atuais encontra respaldo em dados recentes da economia estadual e nacional.
A produção industrial do estado, por exemplo, teve crescimento interanual de 6,6% em fevereiro de 2024, atingindo uma variação acumulada em 12 meses de 0,4%, o primeiro valor positivo desde abril de 2022. Os setores de bens de capital e bens intermediários têm mostrado recuperação no início do ano, na esteira do ciclo de queda das taxas de juros.
Os custos produtivos, por sua vez, tiveram trajetória benigna em função da normalização das cadeias produtivas e pelo processo de desinflação em âmbito global. Isso se reflete no Índice de Preços ao Produtor (IPP), que em fevereiro registrou queda de 5,2% no acumulado em 12 meses.
A nível doméstico, o mercado de trabalho mais aquecido e o aumento dos rendimentos reais mantém o consumo das famílias em nível elevado, favorecendo a absorção interna dos bens industriais.
Já o Índice de Expectativas atingiu 53,2 pontos, indicando um otimismo com relação ao futuro da economia e sendo o principal responsável por manter o ICEI geral do estado acima de 50 pontos.
O ano corrente deve apresentar um cenário mais favorável para a formação bruta de capital fixo, devido aos juros mais baixos. Esse movimento está ligado a ampliação da capacidade produtiva futura de uma economia por meio de investimentos correntes em ativos fixos, como os bens de capital.
Neste sentido, o Banco Central projeta que as concessões de crédito crescerão 9,4% em 2024, ante 8,1% em 2023, o que tem potencial para sustentar o investimento produtivo das empresas e a demanda interna dos consumidores.
Aliado a isso, de acordo com as últimas projeções de mercado, a indústria é o único setor pelo lado da oferta que deve apresentar crescimento maior em 2024 do que no ano anterior (2,1% contra 1,6%).
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