Em maio, o ICEI de Santa Catarina atingiu 50,5 pontos, indicando a manutenção do sentimento de confiança do empresário catarinense na economia. A média para o ano de 2024 ficou em 51,2 pontos, o que representou um aumento de 4,2 pontos com relação ao mesmo período do ano passado. Já para o Brasil, o ICEI registrou 52,2 pontos, indicando que a confiança do empresariado nacional está mais difundida que no estado.
O indicador de Condições Atuais, que mede a percepção com relação às condições da economia nos últimos seis meses, atingiu 46,2 pontos e apresenta uma média anual em 2024 maior do que a registrada no ano anterior até o mês de maio (46,4 contra 43,0 pontos).
Isso indica que, apesar de ainda refletir um sentimento de piora nas condições por parte dos empresários catarinenses, uma vez que o índice permanece abaixo do limiar de 50 pontos, tal sentimento se encontra menos difundido este ano. O desempenho de alguns indicadores econômicos estaduais podem explicar tal mudança relativa de percepção.
A produção industrial de Santa Catarina, por exemplo, fechou o primeiro trimestre de 2024 com um crescimento de 3,5% com relação ao mesmo período de 2023.
Tal resultado foi incentivado por uma demanda doméstica mais dinâmica, na esteira do ciclo recente de redução das taxas de juros, o qual já possui impactos transmitidos para o mercado de crédito, melhorando as condições de concessão.
Além disso, o mercado de trabalho mais aquecido tem mantido o consumo das famílias em nível elevado, na medida em que os trabalhadores continuam obtendo ganhos reais de rendimento. No primeiro trimestre do ano, por exemplo, a indústria catarinense foi responsável pelo segundo maior saldo de contratações do país.
O Índice de Expectativas, por sua vez, capta a percepção dos industriais com relação aos próximos seis meses. Este indicador atingiu o patamar de 52,7 pontos em maio, indicando portanto um sentimento de otimismo dos empresários catarinenses com relação ao futuro da economia.
Tal sentimento pode ser justificado pela expectativa de manutenção na produção industrial observada nos últimos meses, bem como no consumo das famílias e na ampliação das exportações.
No entanto, questões como a maior incerteza acerca da política de juros americana, as surpresas positivas no dinamismo da economia interna e a desancoragem das expectativas de inflação têm levado o Banco Central a adotar uma postura mais cautelosa acerca do ritmo de redução dos juros, o que pode vir a impactar o sentimento prospectivo dos empresários. Além disso, as consequências das enchentes ocorridas no estado do Rio Grande do Sul ainda não foram plenamente mensuradas, o que amplia o cenário de incertezas.
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