Em dezembro, o ICEI de Santa Catarina atingiu 48,4 pontos, o que mantém o sentimento de falta de confiança do empresário industrial. Com exceção de setembro, em todos os meses de 2023 o índice ficou abaixo dos 50 pontos, limiar que denota falta de confiança.
No restante do país, houve sentimento de confiança na maioria dos meses, particularmente no segundo semestre. Na média de 2023, o ICEI nacional ficou em 50,5 pontos, enquanto o catarinense registrou 47,6 pontos.
A diferença nesses indicadores se deve, em parte, à maior participação da indústria extrativa no país, comparativamente a Santa Catarina. O setor extrativo brasileiro apresentou crescimento de 5,4% no acumulado do ano (janeiro a outubro), impulsionado pelas exportações de commodities metálicas e energéticas. No sentido inverso, a indústria de transformação, que possui maior participação no PIB de Santa Catarina (21,4%, ante 13,9% da média nacional) apresentou restrição na produção em 2023.
Apesar da manutenção da falta de confiança no estado, houve melhora em ambos os componentes do ICEI em dezembro. O Índice de Condições Atuais, que mede o sentimento do empresário quanto aos últimos seis meses, subiu 3,4 pontos, atingindo 44,3 pontos. Já o componente de Expectativas, referente ao cenário para os próximos seis meses, voltou a sinalizar otimismo, em 51,4 pontos.
O principal fator que deteriorou as condições atuais ao longo de 2023 foi a insuficiência da demanda interna, associada ao nível elevado da taxa de juros no país e seus efeitos negativos sobre os investimentos na indústria.
As exportações catarinenses, que poderiam ter compensado a menor absorção doméstica, também registraram recuo no ano, refletindo a desaceleração da economia mundial, particularmente nos principais parceiros comerciais do estado.
A expectativa do empresário industrial é que o cenário melhore no primeiro semestre de 2024. Esse otimismo está mais associado com a melhoria das condições de negócios para sua empresa, tendo em vista o comportamento mais benigno dos preços de insumos, o arrefecimento da inflação e sua ancoragem parcial dentro da meta estipulada pelo Banco Central e as perspectivas de continuação das quedas na taxa de juros nos próximos períodos.
No entanto, os empresários industriais se mostram pessimistas em relação ao futuro da economia brasileira. Segundo expectativas coletadas pelo Boletim Focus, o mercado espera uma desaceleração do PIB nacional no próximo ano, com expectativa de crescimento de 1,5%, ante expansão projetada de 2,9% para 2023.
Acesse o boletim na íntegra abaixo: