No mês de junho, o ICEI de Santa Catarina e do Brasil registraram respectivamente 50,2 e 51,4 pontos, acima do valor de 50, o que indica a continuidade do sentimento de confiança do empresário industrial brasileiro e catarinense na economia. Todavia, este sentimento tem se tornado cada vez menos disseminado ao longo do ano, aproximando-se da neutralidade, especialmente no estado.
O Indicador de Condições Atuais, que avalia a percepção da economia nos últimos seis meses, atingiu 45,8 pontos em Santa Catarina, o que indica uma continuidade na percepção de piora nas condições. Apesar deste indicador ter melhorado em relação ao ano anterior, nota-se que o sentimento de piora tem se tornado cada vez mais difundido desde fevereiro deste ano, tendência semelhante à observada em nível nacional.
Já a sensação para os próximos meses se reflete no Índice de Expectativas, que mostra uma manutenção do sentimento otimista tanto no estado quanto no país. No entanto, assim como no Indicador de Condições Atuais, observa-se uma tendência de queda no indicador, tornando a difusão do sentimento otimista mais moderada ao longo do primeiro semestre do ano.
A menor difusão do sentimento otimista está relacionada com a conjuntura atual. Cabe destacar, como ponto de atenção, as sucessivas elevações das expectativas de juros apresentadas no Boletim Focus, do Banco Central. Partiu-se, no início do ano, de uma expectativa para a taxa Selic ao final de 2024 de 9,0% a.a. para 10,5% a.a. neste mês.
Além disso, a dificuldade por parte do governo federal em promover os ajustes fiscais pelo lado das despesas, levando a uma ênfase excessiva no aumento da arrecadação, tem feito aumentar o cenário de incerteza. Apesar do compromisso assumido pelo governo federal de zerar o déficit primário neste ano, o mercado projeta que isso só será alcançado em 2029.
Com isso, a moeda brasileira tem perdido valor frente ao dólar. Em janeiro, a taxa de câmbio média foi de R$/US$ 4,91, contra uma média em junho de R$/US$ 5,34. Essa desvalorização, acompanhada de um aumento na volatilidade, eleva a insegurança com relação aos preços dos insumos importados pelo estado, como o cobre refinado e produtos de maior valor agregado, como semicondutores.
Por fim, as tensões geopolíticas e os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul também contribuem para a sensação de incerteza em relação ao futuro.
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