Projeções de PIB e juros são afetadas com deterioração fiscal, segundo Boletim Focus
A percepção do mercado de uma deterioração na condução da política fiscal brasileira, ancorou as expectativas no último boletim Focus divulgado pelo Banco Central. Os ruídos políticos oriundos de Brasília, na percepção do mercado, dão tom de cautela sobre as principais variáveis macroeconômicas.
Pela 19ª semana consecutiva, a mediana das estimativas para o IPCA sofreu reajuste, com o mercado estimando-a em 7,05% para o final de 2021. Outro reajuste recorrente se deu na estimativa para o IGP-M, com valor de 19,49% para 2021. Ambos os índices de preços também tiveram suas estimativas reajustadas para o ano de 2022.
Destaca-se também o impacto na expectativa para a taxa de juros. A presença de uma inflação mais persistente vem ditando um tom mais tempestivo do Banco Central na condução da política monetária, pelo qual já sinalizaram para a próxima reunião, em setembro, novo aumento de 1 p.p. na Selic. Consequentemente, a estimativa do mercado sobre a taxa básica de juros é encerrar o ano de 2021 com valor de 7,50% ao ano.
Apesar dos resultados positivos em variáveis da economia nacional, referentes ao mês de junho, como a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE e o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), além também do cenário internacional apresentar dados fortes de emprego nos EUA, a estimativa para o PIB brasileiro sofreu recuo no fechamento de 2021, com valor de 5,28%, ante mediana de 5,30% divulgada no relatório anterior.
Para esta semana, tensões geopolíticas no oriente médio, dados de atividade mais fracos do que o esperado na China e a votação de agendas políticas importantes no Brasil prometem adicionar algum grau de incerteza sobre os principais indicadores de expectativas nacionais. As variáveis de câmbio, inflação e taxa de juros deverão ser os principais indicadores afetados.
Maiores detalhes na publicação anexo abaixo: