Aumento das projeções do IPCA seguem incentivadas pelo conflito Rússia-Ucrânia
Na última semana do mês de março, as expectativas dos agentes de mercado, compiladas pelo Banco Central, seguem em elevação para as projeções do IPCA no horizonte de curto prazo. A estimativa para o ano de 2022 foi revisada para 6,86% e tem como grande influência o resultado acima do esperado na prévia da inflação, o IPCA-15, com variação positiva de 0,95% em março. Esse resultado representou a maior taxa para um mês de março desde 2015 e sofreu variações positivas em todos os grupos e serviços monitorados, com maior impacto de alimentação e bebidas (+1,95%). O conflito entre Rússia e Ucrânia, ainda sem um desfecho, vem impactando a economia brasileira, principalmente em relação aos preços internacionais dos combustíveis.
As projeções para a taxa básica de juros do mercado seguem constantes para os próximos anos. Após reajuste de 1 ponto percentual na Selic, agora em 11,75% ao ano, o presidente do Banco Central (BC) sinalizou que o término do ciclo de alta de juros deverá se dar com a taxa em 12,75% a.a., a ser discutida em reunião prevista para acontecer no mês de maio.
As estimativas para o saldo da balança comercial em 2022 sofreram leve reajuste, impulsionadas sobretudo pela valorização no preço das commodities, ainda por conta das tensões políticas e sanções impostas à Rússia, importante player na produção e exportação de várias commodities primárias. Esse resultado, conjuntamente ao ciclo de aumento dos juros no país – com alto diferencial de juros em relação às demais economias mundiais – vêm atraindo divisas estrangeiras para o país e acaba valorizando a moeda nacional, que deve encerrar o ano em R$/US$ 5,25.
Nesta semana, os principais destaques ficam para a divulgação dos dados de emprego formal (Novo Caged) do mês de fevereiro no país e a retomada das negociações entre Ucrânia e Rússia na Turquia.
Segue abaixo o boletim na íntegra:
