Mercado sinaliza cautela sobre os rumos da economia brasileira
No boletim de expectativas do Banco Central desta semana, algumas variáveis macroeconômicas transmitiram uma preocupação maior dos agentes do mercado sobre os rumos da economia brasileira. Perspectivas de inflação elevada e juros em alta corroboram as revisões para baixo do PIB para 2021 e 2022. O mercado aponta um novo ciclo de cautela, após 15 semanas de aumentos seguidos nas estimativas do PIB. A perspectiva de crescimento econômico passa a ser de 5,27% para 2021 e 2,00% para 2022.
O índice de preços IPCA sofreu o 20º reajuste consecutivo para cima, cuja mediana alcançou agora 7,11% no fechamento do ano. Para 2022, a estimativa do índice também registrou alta, alcançando 3,93%, estando já acima da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central de 3,50% (redução de 0,25 p.p. ante 2021). Da mesma forma, o IGP-M continua sendo revisado para cima, agora com estimativa de 19,52% para 2021 e 4,88% para o próximo ano. O impacto inflacionário tem como principais origens a alta nos preços administrados (gasolina e eletricidade) e as cotações das commodities.
O mesmo movimento do PIB é observado na produção industrial, onde a taxa de crescimento também sofreu nova revisão para baixo, com expectativa de fechar o ano em 6,40%. Os dados do Índice de Atividade Econômica (IBC), considerado uma prévia do PIB, divulgados pelo Banco Central, registraram baixa expansão de 0,12% no segundo trimestre, em relação aos primeiro três meses de 2021. Unido a isso, fatores internos na economia brasileira, como os sinais de deterioramento na condução fiscal e incertezas políticas, acabam por impactar o comportamento das expectativas de curto e médio prazo.
Já a estimativa sobre a taxa básica de juros manteve-se estável, devendo fechar o ano em 7,50% a.a. Na avaliação do mercado, a SELIC deve permanecer mesmo patamar em 2022, voltando a cair apenas num horizonte maior, a partir de 2023.
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