Inflação e taxa de juros em 8% ao final de 2021, aponta Boletim Focus
Tensões políticas internas e dados fracos da atividade nacional deixaram o mercado apreensivo na última semana. Houve piora nas expectativas do mercado para as principais variáveis macroeconômicas monitoradas pelo Banco Central. Além disso, uma maior aversão ao risco global gerou uma onda de sell-off nos principais mercados, uma situação onde parte significativa dos investidores optam em vender rapidamente os ativos que possuem por conta de uma onda de pessimismo no mercado.
A mediana das expectativas em relação ao PIB do Brasil continua sendo revista para baixo. Não obstante, a tendência baixista do mercado também já afeta de forma significativa as estimativas para os próximos anos. Para 2021, a estimativa do PIB se encontra em 5,04%. Já para 2022, a previsão passou para 1,72%, ante 2,04% há quatro semanas.
A produção industrial também sofreu ajustes na sua estimativa. Os dados de julho da atividade industrial divulgados pelo IBGE mostraram que 12 das 15 unidades federativas pesquisadas se encontram em patamar inferior ao nível pré-pandemia (fevereiro de 2020). Para 2021, é esperada uma expansão de 6,09% no indicador, ante 6,28% da semana anterior.
Outro dado divulgado na semana passada foi a variação do IPCA, que apontou aceleração de 0,87% em agosto, acima do esperado pelo mercado, fazendo-o rever suas estimativas para 8% ao final de 2021 e 4,03% para o ano de 2022. O grande vilão continuam sendo os combustíveis, com forte aceleração dado o câmbio e o elevado preço internacional. Por outro lado, a primeira prévia do IGPM de setembro trás algum alívio sobre as projeções do índice, agora em 19,22% para 2021, impulsionado principalmente pela redução no preço mundial do minério de ferro.
A piora do quadro inflacionário também impactou na expectativa quanto ao patamar da taxa básica de juros – SELIC – que agora se encontra em 8% a.a. ao final de 2021.
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