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Saúde Mental e Pandemia: estudo estima que 1,2 milhão de pessoas em idade ativa sofram com doenças mentais em Santa Catarina

Os transtornos mentais e comportamentais têm se configurado como uma epidemia silenciosa

Publicado em 07/12/2021

Os transtornos mentais e comportamentais têm se configurado como uma epidemia silenciosa, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Sem distinção de idade, gênero ou classe social, os números de pessoas com doenças mentais antes da pandemia já eram bastante expressivos. As estimativas de estudos internacionais são de que 284 milhões de pessoas sofram de ansiedade e 265 milhões de depressão no planeta.


A crise sanitária da Covid-19 acelerou esse processo. Além de tornar evidente um problema de saúde pública que já estava instalado, chamou a atenção para uma questão que não vinha recebendo a atenção merecida. Neste contexto, o Observatório FIESC realizou um estudo aprofundado sobre os impactos da Covid-19 na saúde mental. O trabalho está dividido em três capítulos. Nesta primeira parte, é possível identificar um panorama da dimensão do número de casos 

Ansiedade, transtornos de humor, abuso de álcool e de outras substâncias e insônia foram alguns dos quadros mais comuns diagnosticados em pacientes com casos graves de Covid. Um trabalho da Universidade Oxford identificou que uma a cada três pessoas infectadas com coronavírus desenvolveu problemas neurológicos ou mentais, como ansiedade e depressão, até seis meses após a cura. 

Os impactos das doenças mentais para a economia global, para a sociedade e para o mercado de trabalho são difíceis de serem mensurados. Além das perdas financeiras, como queda de produtividade e aumentos dos custos previdenciários, com afastamentos e pagamentos de benefícios, há os prejuízos humanos, perde-se bem-estar, expectativa de vida e a própria vida, essa última sem preço.

Alguns dados estimam que até 20% da população em idade ativa poderá desenvolver algum transtorno mental em algum momento da vida. O que significa afirmar que cerca de 1,2 milhão de pessoas em Santa Catarina tem a probabilidade de desenvolver uma doença emocional, conforme estimativa do Observatório FIESC.

A boa notícia é que investir em saúde mental dá resultado. A cada 1 dólar investido, o retorno é de cerca de 4 dólares. Os benefícios para as organizações que investem em saúde mental se estendem para retenção de pessoas, engajamento, produtividade, promoção e atração de novos talentos.

A vacinação contra a Covid-19 está avançando no Brasil, mas ainda é cedo para afirmar que o coronavírus deixará de ser uma ameaça à saúde pública no curto e médio prazo. É provável que os desafios que estamos enfrentando nos últimos dois anos se estendam por mais tempo. E talvez os efeitos mais duradouros de tudo que passamos nesse período seja na saúde mental. Alguns especialistas sugerem que a quarta onda provocada pela Covid-19 seja causada pelos casos de transtornos mentais desencadeados durante a pandemia. Então definitivamente é preciso colocar a saúde mental na agenda de prioridades da saúde pública e privada do país. 

O documento completo do estudo está disponível para download abaixo.

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