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Indústria é o setor que mais gera empregos indiretos na economia catarinense

Matriz de Insumo-Produto, estudo inédito elaborado pela FIESC em parceria com a UFSC, permite estimar impacto de mudanças setoriais na economia do estado

Publicado em 19/12/2022

A cada 10 pessoas ocupadas na indústria catarinense, outros 16 empregos indiretos são gerados no estado. O cálculo é possível graças à Matriz Insumo-Produto de Santa Catarina, metodologia inédita desenvolvida pela FIESC em parceria com a UFSC. De acordo com o estudo, o setor industrial é o que possui mais conexões entre os segmentos produtivos, o que evidencia a relevância para o desenvolvimento econômico de SC.

“A indústria é o motor que puxa o crescimento de Santa Catarina. A ferramenta desenvolvida pelos economistas demostra isso de maneira muito clara, ao representar como os investimentos realizados em setores fundamentais para a nossa competitividade, como a infraestrutura, por exemplo, podem alavancar o crescimento nas nossas indústrias e, consequentemente, gerar um ciclo virtuoso de desenvolvimento”, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar Aguiar.

Entre os setores industriais que têm maior capacidade de impulsionar o crescimento de Santa Catarina, destaca-se o de Alimentos e Bebidas. De acordo com a Matriz de Insumo-Produto, a atividade de Abate e processamento de carnes tem o maior índice de ligação setorial. Para se ter uma ideia do efeito multiplicador desse segmento, a cada R$ 1 milhão adicional de demanda final em produtos do abate (por exemplo, com aumento de exportações) outros R$ 2,34 milhões são gerados na economia catarinense. Isso demostra a importância da atividade sobre a dinâmica produtiva estadual.

A Matriz de Insumo-Produto descreve de forma abrangente os fluxos de vendas e compras realizados por consumidores e produtores de uma determinada economia. O estudo analisou 74 setores produtivos da economia catarinense, na agropecuária, indústria e serviços, e suas relações “para trás”, com a compra de insumos de fornecedores dentro do estado, por exemplo, e “para frente”, como a capacidade de gerar renda por meio do emprego.

Na indústria, praticamente todos os segmentos chamam atenção pelo volume de interações que realizaram o que sugere um nível elevado de enraizamento no tecido produtivo local. “A Matriz de Insumo-Produto permite o planejamento, a investigação das cadeias de produção e a identificação de gargalos na economia, além da construção de um modelo de simulações que pode mapear impactos de eventos positivos e negativos na economia catarinense. Ela irá favorecer a nossa capacidade de planejamento e ações de médio e longo prazo para estimular a competitividade da indústria no estado”, afirma o diretor de Inovação e Competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates.

Para o doutor em economia e professor da UFSC, Arlei Luiz Fachinello, que coordenou o trabalho de pesquisa ao lado do economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt, a ferramenta ajuda a olhar a economia estadual de forma integrada. “Antes, tínhamos acesso a dados e estatísticas isoladas. A Matriz de Insumo-Produto nos permite juntar as peças desse quebra-cabeça econômico. A partir desse instrumental, é possível estudar várias cadeias e a interdependência entre os setores”, afirma Fachinello.

“A análise de insumo-produto entende que os setores econômicos estão interligados através de suas relações setoriais, isto é, para se produzir um determinado bem ou serviço, é necessário utilizar como insumos os bens e serviços produzidos em outros setores. Assim, uma mudança no nível de produção de um setor se propaga por meio da sua estrutura de custos e, como consequência, afeta toda a economia”, acrescenta.

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