Os emplacamentos de veículos elétricos no mundo vêm crescendo ano após ano. A redução nas emissões de poluentes e o uso de energias renováveis são algumas das características que colocam essa tecnologia na pauta da indústria automobilística. Apesar de extremamente atual, essa não é uma solução exatamente nova.
No século XIX, a mobilidade elétrica já era uma tecnologia competitiva. Porém, no século XX, com o processo de produção em massa de automóveis, o motor de propulsão à combustão acabou se tornando dominante no mercado.
No Brasil, a iniciativa precursora da mobilidade elétrica ocorreu em 1970. Naquele período, a crise mundial de petróleo e as oscilações na cotação internacional do combustível levaram a indústria a buscar alternativas. A primeira montadora totalmente brasileira, a Gurgel, lançou o Itaipu elétrico em 1974.
A mobilidade elétrica tem dois caminhos básicos para se disseminar e se tornar a propulsão dominante no mercado. O caminho ideal é que a tecnologia se torne mais acessível aos consumidores e incorporada às linhas de produção de forma sistemática, proporcione um crescimento na compra de veículos com motorização elétrica. O caminho alternativo pode ser exemplificado pela iniciativa conjunta do Instituto Senai de Santa Catarina e da WEG, que estão fazendo a primeira conversão de carro a combustão em elétrico.
Em um futuro próximo, a mobilidade elétrica fará parte das nossas vidas. A tendência de eletrificação da frota mundial de veículos foi destacada pela empresa internacional Euromonitor, que identificou nas suas pesquisas sinais de que a mobilidade elétrica está levando as empresas a investirem cada vez mais nessa tecnologia, à medida que consumidores e governos se esforçam para se tornarem mais socialmente responsáveis com a sustentabilidade do planeta.
Conheça abaixo três tendências na mobilidade elétrica mapeadas pela Euromonitor e analisadas pelo Observatório FIESC.
1. Crescimento no emplacamento de carros elétricos no mercado
Os registros de veículos elétricos continuaram a aumentar, atingindo números recordes ano a ano. Em 2020, os registros de veículos elétricos, em 46 mercados principais, aumentaram 33%, atingindo 7,0 milhões de unidades, apesar da pandemia da Covid-19. Apesar do crescimento, em 2020, apenas 4,1% de todos os registros de veículos novos no mundo foram elétricos. Em 2025, esse número irá quadruplicar. O crescimento reflete a tendência crescente do mercado adotar essa tecnologia de combustível alternativo, melhorando a acessibilidade graças à queda nos preços das baterias.
2.Sustentabilidade impulsionará as vendas recordes de veículos elétricos em 2021
As vendas de veículos elétricos continuarão disparando, apesar da pandemia da Covid-19. Diversos fatores contribuem para essa mudança no mercado. Padrões de emissões de CO2 cada vez mais rígidos, maior disponibilidade de opções de veículos acessíveis, subsídios do governo para a compra de carros elétricos e a crescente conscientização do consumidor sobre as mudanças climáticas estão levando à mudança para o elétrico.
3.Carros conectados: tecnologias alinhadas à mobilidade elétrica
Os veículos conectados e autônomos ganharão mais espaço no mercado com o advento da mobilidade elétrica. O mercado de veículos conectados está crescendo, à medida que as empresas empregam ferramentas mais sofisticadas para conduzir os serviços de informação e entretenimento de comunicação V2X (veículo para tudo). As tecnologias de carros conectados têm a possibilidade de abrir novos fluxos de receita para a indústria automobilística e podem introduzir novos modelos de negócios.
Em 2021, 42% dos entrevistados globais relataram estarem confortáveis com a assistência de voz, que fornece informações e sugestões personalizadas sobre os produtos. Já o aprimoramento das tecnologias de inteligência artificial está proporcionando oportunidades no desenvolvimento de carros autônomos. Atualmente, as montadoras estão desenvolvendo veículos equipados com autonomia parcial. Os testes estão ocorrendo com veículos totalmente autônomos, embora esta seja mais uma tendência de longo prazo. Em 2020, 39% dos entrevistados globais estavam preocupados com a segurança de dirigir um carro semiautônomo ou autônomo.
Fontes: Mobility: world market for mobility(EUROMONITOR); Observatório FIESC; Institutos SENAI de Tecnologia e Inovação de Santa Catarina.