As exportações catarinenses totalizaram, em outubro de 2024, US$ 1,0 bilhão, o que representou um aumento de 23,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado de 2024, o estado exportou US$ 9,6 bilhões, uma queda de aproximadamente 0,9% em relação ao acumulado de janeiro a outubro de 2023¹.
Entre os produtos exportados, o primeiro destaque são as carnes de aves, que lideraram a pauta exportadora de Santa Catarina, com um total vendido de US$ 1,6 bilhão de janeiro a outubro de 2024. Na análise interanual, houve um crescimento de 37,6% das vendas de outubro em relação ao mesmo mês de 2023, enquanto no acumulado do ano, houve queda de 2,9% das exportações do produto na comparação com o mesmo período de 2023. A queda registrada se deu em função da doença Newcastle encontrada em território brasileiro, e das barreiras sanitárias impostas ao frango do país. Entretanto, o produto contou com a elevação das exportações para alguns parceiros, como o é caso do México, que comprou 21,6% a mais do que em 2023 no acumulado.
A carne suína apresentou crescimento em outubro, com um aumento de 58,8% em relação ao mesmo mês de 2023. As Filipinas e o Japão foram os principais compradores, seguidos da China, que diminuiu suas importações do produto em 49,9% no acumulado de 2024 em relação a 2023.
Os motores elétricos, que vem crescendo em sua produção industrial ao longo de 2024, mantiveram o bom desempenho do ano nas vendas internacionais, com uma elevação nas exportações de 25,3% entre janeiro e outubro de 2024 em relação ao mesmo período de 2023. Os maiores compradores dos motores elétricos catarinenses, Estados Unidos e Alemanha, elevaram sua demanda em 26,6% e 31,7%, respectivamente, na mesma análise.
As partes de motor também se destacaram em outubro, porém, apresentando uma queda de 9,2% na análise acumulada. Mesmo assim, países como México, China, Países Baixos (Holanda) e Argentina elevaram suas aquisições do produto no mesmo período.
Outro produto que cresceu em relação a outubro de 2023 foi a madeira serrada, que teve sua procura elevada em 73,3%. O produto apresentou um crescimento de 5,2% no acumulado do ano, sendo o México e os Estados Unidos os principais demandantes no mesmo período.
Os Estados Unidos foram o principal país comprador dos produtos catarinenses na análise acumulada, muito embora o mês de outubro tenha registrado uma queda em relação ao mesmo mês de 2023. De maneira inversa, a China diminuiu sua demanda por produtos catarinenses, no acumulado do ano, mas elevou sua demanda em relação a outubro de 2023. Por fim, o México se destacou, na medida que em ambas as análises aparece como um dos países que mais comprou do estado.
Importações
As importações catarinenses atingiram a marca dos US$ 3,3 bilhões no mês de outubro, o que representou um aumento de 52,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Na análise comparada do acumulado de janeiro a outubro de 2024 em relação a 2023, a elevação das importações foi de 19,5%.
O cobre refinado permaneceu com elevada demanda pelos produtores catarinenses em 2024. No acumulado do ano, o produto foi comprado no montante de US$ 1,2 bilhões, um aumento de 39,5%. As indústrias catarinenses que utilizam o cobre, como a atividade de fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, que cresceu 15,9% em sua produção de janeiro a setembro² desse ano em relação ao mesmo período de 2023, ajudaram a explicar o crescimento da entrada do produto no estado.
A indústria automotiva também cresceu sua produção nesse ano. Dessa forma, o crescimento das importações de partes e acessórios para veículos, pode ser explicado pelo aumento da demanda por automóveis no estado e no Brasil.
Na mesma análise, a importação de pneus de borracha, que se trata de um bem associado a produção de automóveis, cresceu 21,0% no acumulado do ano.
Os polímeros de etilenos registraram um montante importado de US$ 88,7 milhões em outubro, um crescimento de 97,9% em relação ao mesmo mês de 2023, e 31,7% na comparação acumulada.
Outro destaque são os revestimentos de ferros laminados planos, que são utilizados em diversas indústrias e atividades, como na fabricação de máquinas e equipamentos e na construção civil. Em comparação ao mesmo mês de 2023, houve um crescimento de 103,3% em outubro, enquanto no acumulado do ano a elevação foi de 8,2%.
Os semicondutores tiveram um aumento de demanda de 68,6% em outubro em relação ao mesmo mês do ano anterior, apesar da queda de 6,6% na análise acumulada em relação a 2023. Os setores que utilizam esse produto são ligados a produção de, por exemplo, veículos e equipamentos elétricos, ambos com produção em crescimento no acumulado do ano (janeiro a setembro).
Ao se observar as origens das importações catarinenses, China é a principal na análise acumulada, tendo crescido 27,7%. Na sequência, o valor das compras provenientes dos Estados Unidos aumentou em 10,6% na análise acumulada.
O Chile se destacou como a segunda principal origem das importações catarinenses em outubro, com o montante de US$ 229,8 bilhões. O país possui as maiores reservas de cobre do mundo, sendo o principal fornecedor do produto mais demandado por Santa Catarina, o cobre refinado .
Em suma, a elevação das importações reflete o bom desempenho da economia catarinense em 2024, que cresceu acima dos níveis apresentados pelo Brasil ao longo do ano. Nesse sentido, a indústria de transformação acompanhou o crescimento da atividade econômica, com destaque para a produção de bens de consumo duráveis e de bens de capitais. Tais segmentos utilizam insumos como o cobre refinado, partes e acessórios para veículos, polímeros de etileno, entre outros, o que ajuda a explicar a elevação das importações catarinenses.
¹ As comparações acumuladas foram feitas através do somatório de janeiro a outubro de 2024 em relação ao acumulado dos mesmos meses de 2023.
² Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo a série de Produção Industrial Mensal (PIM)
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