Em maio, Santa Catarina exportou US$ 1,1 bilhão em mercadorias, crescimento de 6,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado. O resultado mantém os sucessivos recordes no comércio externo catarinense em 2023. O montante exportado foi o maior para o mês em toda a série histórica, iniciada em 1997. Já as importações totalizaram US$ 2,4 bilhões, apresentando expansão de 2,2% na mesma base de comparação.
Os produtos do agronegócio foram os principais determinantes do resultado de maio. Diferentemente do que ocorreu durante o período de safra de 2022, a produção de soja contou com condições climáticas mais favoráveis este ano. Com isso, Santa Catarina exportou US$ 166,6 milhões de grãos em maio, valor quase cinco vezes superior ao registrado no mesmo mês do ano passado.
A indústria de carnes também teve contribuição importante para o crescimento das vendas externas. Com a retomada da demanda chinesa, após o fim da política de Covid-Zero, as exportações de carne suína atingiram US$ 132,0 milhões no mês, crescimento de 23,8% na análise interanual. O estado também ampliou o fornecimento de carnes processadas para os Países Baixos e de preparações e conservas de carnes e miudezas para o Reino Unido e para a Argentina. Já as carnes de aves, segundo maior produto da pauta exportadora no mês, registraram estabilidade na análise interanual, totalizando US$ 163,1 milhões exportados.
Outro setor que impulsionou as exportações catarinenses foi o automotivo. Diante da melhoria nas condições de oferta e a recuperação da demanda, as montadoras norte-americanas e dos principais países da Europa vêm recuperando parcialmente suas produções. Esse movimento tem se refletido nas compras de insumos das indústrias catarinenses, em especial de partes de motor, motores de pistão e partes e acessórios para veículos.
Além disso, as exportações de máquinas e equipamentos seguem crescendo. No mês, destaque para o aumento das vendas de aparelhos de elevação para os EUA, de maquinário mecânico para países da América do Sul e de máquinas para trabalhar madeira, destinadas principalmente à Turquia. Por outro lado, as exportações de insumos para a construção civil continuam em trajetória de queda. O principal impacto vem da redução da demanda dos EUA por madeira, móveis e produtos cerâmicos.
A China, principal destino dos produtos do agronegócio catarinense, representou 19,8% do montante exportado em maio. Em seguida, aparecem os EUA (12,7%), a Argentina (8,8%) e o México (5,9%).
Na análise interanual, vale destacar o aumento da participação da Índia. Com uma das economias que mais cresce no mundo nos últimos anos, o país asiático tem ampliado as compras de óleo de soja, sucata de ferro e madeira serrada de Santa Catarina.
Importações
Do lado das importações, um dos principais destaques do mês foi o aumento das compras internacionais para o setor de construção, na análise interanual. Entre os produtos que tiveram alta, figuram guindastes e fios-máquinas de ferro ou aço, provenientes da China, além de máquinas de terraplanagem, principalmente de origem holandesa.
Estimulados pelo aumento da produção industrial no início de 2023, os setores de vestuário e de material plástico registraram aumento nos embarques de diversos insumos, bem como de novas máquinas e equipamentos. No primeiro caso, houve acréscimo nas importações de fios de fibras sintéticas, tecidos de fios de filamentos sintéticos e de máquinas de costura. Já na indústria plástica, as principais expansões foram de polímeros de propileno, carbonatos e máquinas para trabalhar plástico, muito utilizadas na fabricação de embalagens.
Outro setor que ampliou sua participação na pauta importadora foi o automotivo, em linha com o crescimento da produção mundial. Nesse caso, destaque para as compras de pneus de borracha da China e do Vietnã e de partes e acessórios para veículos, principalmente da França e dos EUA.
Os semicondutores seguem sendo o principal produto importado por Santa Catarina, com montante de US$ 88,7 milhões em maio. As compras do produto cresceram 70,9% na análise interanual, impulsionadas pela melhoria nas condições de oferta internacionais e pela consequente queda nos preços de importação.
Diante do arrefecimento dos preços internacionais e de uma evolução mais favorável do câmbio, os catarinenses têm consumido mais eletroeletrônicos importados. Nesse sentido, chama a atenção o aumento das compras de telefones, máquinas de lavar roupa e de diversos eletrodomésticos de cozinha, em grande medida destinados ao varejo.
Entre os bens de consumo, destaque, ainda, para o crescimento do montante importado em produtos imunológicos e medicamentos embalados. Esse resultado se deve ao encarecimento das importações de produtos da indústria farmacêutica, além da expansão da demanda do setor de saúde no estado.
Os principais produtos que tiveram queda nas importações na análise interanual foram cobre refinado, revestimento de ferros laminados planos e fertilizantes nitrogenados. A China se mantém como a principal fornecedora de produtos para Santa Catarina. Em maio, o estado importou US$ 1,0 bilhão do país asiático, 21,8% a mais que no mesmo período do ano anterior. As empresas catarinenses também têm ampliado suas relações comerciais com a União Europeia, cujas importações aumentaram 18,2% na mesma base de comparação.
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