Em julho de 2024, as exportações catarinenses alcançaram US$ 1,0 bilhão, valor 0,8% acima do registrado no mesmo período do ano passado. Já no acumulado do ano, as vendas internacionais chegaram a US$ 6,5 bilhões, contra US$ 6,8 bilhões registrados em 2023.
O pequeno crescimento registrado no mês na análise interanual se explica, entre outros fatores, à agropecuária. O preço internacional da soja, principal produto exportado pelo setor em Santa Catarina, encontra-se no menor valor em quase quatro anos. Parte desse movimento se deve às boas safras brasileiras, que contribuíram para aumentar a oferta global desse bem. No entanto, ao olharmos somente para o valor das exportações industriais no mês de julho, que corresponde a 94,3% do total, houve um crescimento de 4,8% em comparação com o mesmo mês de 2023.
O setor que mais exportou no mês foi o de Alimentos e Bebidas, incentivado principalmente pelo aumento nas vendas de carne suína. Apesar do recuo na demanda Chinesa observado ao longo deste ano, o estado foi capaz de diversificar seus parceiros comerciais, aumentando a participação de países como Japão, Filipinas e México. Com isso, as exportações do produto cresceram 31,5% em julho quando comparado ao mesmo mês do ano passado.
O segundo setor que mais exportou no mês foi o de Equipamento Elétricos, puxado principalmente pelo aumento nas vendas de motores e transformadores elétricos. Em relação aos motores, o estado tem como principais parceiros comerciais mercados exigentes, como os Estados Unidos e a Alemanha, cujas exportações apresentaram crescimento no mês. Além disso, vale destaque para o aumento nas vendas para os Emirados Árabes Unidos, cujo valor neste ano já é quase 3,5 vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Quanto aos transformadores elétricos, o estado segue tendo como principal comprador do produto a África do Sul, que continua enfrentando uma crise elétrica. Somente no mês de julho, as exportações para o país alcançaram US$ 7,8 milhões, pouco mais da metade de todo o valor exportado ao longo de 2023, que atingiu US$ 15,0 milhões.
O terceiro setor que mais exportou no mês foi o de Madeira e Móveis, com um valor total de US$ 118,3 milhões. Apesar do valor expressivo, houve recuo de 2,5% em relação à julho de 2023, principalmente devido a uma queda pontual nas vendas para os Estados Unidos. No entanto, é válido mencionar que o país se mantém como nosso maior comprador desse segmento, com um crescimento acumulado no ano de 7,3%. No mês, o produto que liderou as vendas internacionais do setor foi a madeira serrada, com crescimento de 13,2% em comparação a julho de 2023.
Entre os principais parceiros comerciais do estado, as exportações para os Estados Unidos e China apresentaram o principal recuo no mês, na ordem de 22,8% e 23,4%, respectivamente, na comparação com julho de 2023. Isso se deve principalmente à queda nas vendas de produtos de madeira para o país americano e de soja e carne suína para o asiático. Como destaque positivo, temos o crescimento mensal no valor exportado para México, Japão e Filipinas, principalmente em função das vendas de carnes de aves e suínos.
No lado das importações, Santa Catarina atingiu a marca dos US$ 2,6 bilhões no mês de julho, o que representou um crescimento de 29,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. Com isso, o estado já registra aumento de 16,3% no acumulado do ano, com um valor total de US$ 18,8 bilhões.
A melhoria na produção industrial catarinense observada em 2024, favorecida pelas melhores condições de crédito no país, têm incentivado a importação tanto de insumos quanto de bens de consumo duráveis.
Esse é o caso, por exemplo, do cobre refinado, principal produto importado por Santa Catarina e que apresentou um crescimento de 50,2% em julho na comparação com o mesmo mês do ano passado. O cobre é um importante insumo para diversas indústrias, como a de equipamentos elétricos e metalúrgica, que cresceram 17,6% e 9,5% no primeiro semestre deste ano, respectivamente.
Outro insumo importante que figura entre os mais importados pelo estado no mês são os polímeros, cuja principal origem são os Estados Unidos e Argentina. Estes são importantes insumos do setor de Borracha e Plástico, que também tem sido incentivado pelo consumo das famílias que permanece aquecido. Assim, o valor importado dos polietilenos teve crescimento de 37,8% no mês, ao passo que os polipropilenos cresceram 73,0% em comparação com julho do ano passado.
As melhores condições de crédito também tem beneficiado a aquisição de células fotovoltaicas, importante insumo para a transição energética e para práticas mais sustentáveis, cuja principal origem é a China. Em julho, o valor importado desse produto foi 2,5 vezes maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado.
A cadeia produtiva do setor automotivo é outro importante destaque. No mês, houve crescimento nas importações de insumos como pneus de borracha (principalmente da China e Vietnã) e caixas de marcha (principalmente da Coreia do Sul e México). Além disso, o estado alcançou, no acumulado do ano, um valor importado de US$ 423,1 milhões em carros híbridos e elétricos, cuja principal origem é a China. Esse valor é 5,4 vezes maior do que foi registrado no mesmo período de 2023, mostrando o importante crescimento do segmento.
Por fim, outro insumo fundamental cujas importações tiveram elevação no mês são os fertilizantes nitrogenados. O valor importado do produto, cuja principal origem é Omã, cresceu 48,1%, em julho na comparação com o mesmo mês de 2023.
A principal origem dos produtos importados por Santa Catarina é a China, que no mês apresentou crescimento de 43,4% em relação ao ano anterior. Além dos produtos já citados, esse desempenho também está associado ao crescimento no valor importado de eletrodomésticos de cozinha e refrigeradores.
Um destaque importante são as importações da Alemanha, que atendem em grande medida a indústria da saúde. Os principais produtos importados do país no segmento foram os produtos imunológicos, reagentes de laboratório e instrumentos médicos.
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