No 1º semestre de 2023, Santa Catarina exportou um montante de US$ 5,8 bilhões, o que representou queda de 0,6% em relação ao 1º semestre de 2022.
O resultado está associado à redução no fornecimento de insumos industriais para os EUA, importante parceiro comercial do estado, que atualmente passam por um cenário de maior restrição monetária, e consequentemente, de desaceleração na atividade econômica.
Além disso, a venda de produtos representativos na pauta exportadora catarinense, a preços relativamente menores, afetou o resultado do semestre, a exemplo das carnes de aves e do papel kraft.
O caráter diversificado da produção industrial catarinense possibilitou atenuar o resultado do semestre, que apesar da queda enfrentada nas vendas dos EUA, houve aumento das exportações de diversos setores para outros parceiros comerciais, como por exemplo, a indústria automotiva (20,3%), de alimentos e bebidas (15,1%), de TIC (8,8%) e de máquinas e equipamentos (5,2%).
O primeiro destaque do semestre se refere ao agronegócio e à indústria alimentícia, que tem sido dinamizado pelas safras positivas de grãos e o aumento no volume de abate de suínos. O estado aumentou as exportações nesses setores para seus principais parceiros comerciais da Ásia, mas também para países da América Latina, como é o caso da soja para a Argentina, arroz para a Venezuela, carne suína para o Chile e carnes de aves para o México.
Em 2023, o México concedeu liberação sanitária para as exportações de carne suína in natura e miúdos de aves oriundos do Brasil.
Em segundo lugar, houve o crescimento do estado como fornecedor de insumos da indústria automotiva, tanto para países da América Latina (Argentina e México), como também para a Europa (Alemanha, Reino Unido e Polônia).
Esse movimento reflete a recuperação nas vendas no mercado internacional de automóveis, dada a normalização na cadeia de suprimentos e os incentivos governamentais de países europeus, especialmente os programas de apoio à compra de veículos elétricos.
A indústria naval também teve contribuição importante para o resultado do semestre, especialmente pelo aumento das vendas internacionais de barcos a motor para EUA e Itália e de embarcações de pesca para o Chile.
O aumento das vendas internacionais desses produtos intensivos em tecnologia contribuiu para a valorização do preço médio exportado do estado, que cresceu 4,8% na análise interanual do semestre.
Além disso, Santa Catarina ampliou o fornecimento de importantes insumos industriais elaborados, como gelatinas e derivados para o México, fios de cobre para a Argentina e iodatos de cálcio para a Bélgica.
Quanto aos destinos das exportações, houve aumento das vendas para a Ásia, com destaque para China, Japão, Singapura e Índia, além do fortalecimento das relações comerciais com a América Latina, sobretudo com a Argentina.
Recuperação de setores importantes na indústria catarinense estimula importações
As importações catarinenses totalizaram US$ 14,0 bilhões no 1º semestre, atingindo valor recorde para o período desde o início da série histórica, iniciada em 1997.
Os principais destaques no semestre se referem à compra de insumos de setores industriais catarinenses que estão gradualmente recuperando as perdas registradas no 2º semestre de 2022.
Impulsionado pela demanda doméstica de embalagens plásticas, a indústria de produtos de borracha e material plástico registrou a maior expansão da indústria no estado de janeiro a abril. Com isso, o estado aumentou a importação de polímeros de etileno e acrílicos, além de chapas e frascos de plástico.
A indústria automotiva também teve suas compras externas ampliadas, tanto de veículos com capacidade até seis passageiros do México e da Alemanha, como também de insumos do setor, principalmente de pneus de borracha e de borracha sintética, muito utilizada na produção de pneus.
Dentre os principais produtos importados pelo estado, os pneus de borracha registraram a maior expansão no período, passando a ser o terceiro produto mais comprado por Santa Catarina. No 1º semestre de 2022, ele ocupava a oitava posição. O resultado está associado com o aumento do fluxo de transportes de mercadorias, principalmente atrelado ao resultado positivo das safras agrícolas no país.
Outro destaque no 1º semestre do ano foi o aumento das compras internacionais de bens de consumo para as famílias. O mercado de trabalho catarinense permanece aquecido, mantendo o rendimento médio do trabalho (formal e informal) acima do patamar pré-pandemia, o que ajuda a explicar a manutenção da demanda das famílias em 2023.
Com isso, nos primeiros seis meses do ano, o estado aumentou as compras de produtos duráveis destinados ao consumidor final, como eletrodomésticos, máquinas de lavar roupa, modems e aparelhos telefônicos, oriundos da China.
Houve também aumento das importações de produtos alimentícios e bebidas, como é o caso de legumes congelados, leite e queijos da Argentina, chocolates da Alemanha e de energéticos e refrigerantes da Áustria.
Por fim, diante do aquecimento do volume de vendas do comércio catarinense em farmácias e em lojas de cosméticos, houve aumento das compras internacionais de medicamentos, produtos da perfumaria e cosméticos.
Dentre os maiores fornecedores internacionais de Santa Catarina, destacam-se as expansões nas vendas dos EUA para o estado, sobretudo para a indústria química e de produtos plásticos, além do aumento da compra de produtos mexicanos do setor automotivo.
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