Em novembro, Santa Catarina exportou US$ 923,5 milhões de produtos, o que representou um crescimento de 5,1% ante outubro, na série livre de efeitos sazonais. Foi o primeiro aumento no montante exportado, após quatro quedas consecutivas na análise mensal. Já na análise interanual, as vendas externas catarinenses ficaram praticamente estáveis. 

O resultado no mês pode ser explicado, primeiramente, pelas colheitas de grãos em 2023, que ainda repercutem no montante exportado do estado.

Santa Catarina exportou US$ 80,5 milhões de soja em novembro, o que representou um aumento de mais de quatro vezes do montante vendido no mesmo mês em 2022. Neste ano, o estado atingiu recorde em área colhida de soja, cujo principal comprador internacional é a China.

Além disso, Santa Catarina aumentou a diversificação de suas exportações. Os produtos de transformadores elétricos, por exemplo, subiu 10 posições no ranking de produtos exportados em relação a novembro de 2022. Esse movimento contribuiu para o crescimento de 5,3% das vendas do setor de equipamentos elétricos, apesar da queda de seu principal produto exportado, os motores elétricos.

Outros produtos que aumentaram sua importância nas exportações catarinenses foram a carne de aves processada, sucata de ferro, recipientes de papel, aparelhos de conexão para circuitos elétricos, aparelhos de elevação e madeira MDF.

Em relação aos parceiros comerciais, os EUA foram o principal país comprador de Santa Catarina no mês. Esse resultado foi impulsionado pela recuperação gradual das vendas de alguns produtos de madeira, devido à realização das obras de infraestrutura na economia estadunidense. Em seguida está a China, estimulada principalmente pelo crescimento das exportações de soja, e o México, devido ao crescimento das exportações de insumos para indústria automotiva e de carnes de aves e suína.

Em contrapartida, há setores que seguem com queda no montante exportado, na análise interanual. Como exemplo, destaque para os setores de móveis, devido à desaceleração da construção residencial estadunidense, e de alimentos, em razão das quedas na demanda chinesa de carne suína e na demanda japonesa de carne de aves.

Houve recuo também na participação da Europa na pauta exportadora catarinense, sobretudo  Holanda, Reino Unido e Alemanha. A região segue com cenário de desaceleração econômica, em especial na Alemanha, a maior economia da Europa. O país registrou em outubro o quarto recuo na produção industrial mensal, associado à queda do setor de máquinas e equipamentos, o que prejudicou as vendas catarinenses.

O valor das importações catarinenses, por sua vez, cresceu 11,0% em relação a outubro, registrando um montante negociado de US$ 2,5 bilhões. Já na análise interanual, houve recuo de 4,5%, incentivado, em parte, pela queda no preço médio dos produtos importados pelo estado.

Esse movimento incentivou, por exemplo, as compras internacionais de diversos insumos dos setores de produtos químicos e plásticos e de metalurgia e metalmecânica, como os polímeros sintéticos e os revestimentos de ferro laminados, respectivamente.

As compras de fertilizantes potássicos também vêm sendo estimuladas pela redução nos preços internacionais. No acumulado do ano, a queda da importação de fertilizantes nitrogenados foi mais do que compensada pelas compras de fertilizantes potássicos, vindos principalmente do Uzbequistão.

Outro destaque no mês foi o crescimento da importação de minério de molibdênio do Chile, importante insumo da indústria de metalurgia e metalmecânica. O Chile, segundo maior produtor mundial (atrás somente da China), ampliou sua capacidade produtiva do minério no ano de 2023, o que contribuiu para dobrar o montante importado do produto por Santa Catarina, na análise interanual.

O resultado das compras internacionais de Santa Catarina no mês também foi incentivado pela manutenção do nível elevado no consumo das famílias. Com isso, aumentou a representatividade de bens de consumo duráveis na pauta importadora do estado, oriundos da China, como eletrodomésticos de cozinha, aspiradores de pó, máquinas de lavar, brinquedos e videogames, este último que passou de 90º para 15º produto mais importado pelo estado, em relação a novembro de 2022.

Houve também aumento das compras internacionais de artigos de vestuário da China, como é o caso dos conjuntos, casacos, vestidos e saias femininas, ternos e calções masculinos, vestuário de malha para bebês e roupas de cama, mesa e banho. 

Já os insumos da indústria de confecção registraram queda. A produção do setor segue prejudicada pela pressão dos custos de produção, o que dificulta a concorrência local com os produtos chineses.

Em relação às principais origens das importações catarinenses, a China segue na liderança, com US$ 1,1 bilhão negociado no mês. Além disso, o estado aumentou as compras de produtos do Chile, incentivados pela produção de minério, e do Paraguai, sobretudo de carne bovina.

Em contrapartida, caíram as compras oriundas da Argentina, associada à crise econômica no país, bem como da Alemanha, sobretudo pela redução das importações de produtos imunológicos.
 

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