As vendas internacionais para agosto marcaram US$ 942 milhões em produtos exportados, queda de 13,0% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado de janeiro a agosto de 2024, as exportações catarinenses alcançaram US$ 7,5 bilhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado o acumulado até agosto marca uma queda de 5,7%.
Esses números refletem a alta base de comparação de 2023, ainda que as exportações catarinenses mantenham-se em patamares historicamente elevados em 2024.
O setor de Alimentos e bebidas segue como um setor de destaque para as transações internacionais catarinenses. A exportação de carne suína marcou crescimento interanual em agosto de 1,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Vale destacar que apesar da queda da demanda Chinesa por carne suína, a diversificação das exportações para outros parceiros comerciais como o México, Chile, Japão e especialmente as Filipinas, agora o líder em demanda por carne suína, impulsionam o crescimento das exportações do produto catarinense. A soja segue como o terceiro principal produto de exportação em agosto, ainda que com uma representação menor na balança comercial do que a verificada no ano passado. Isso se deve, em parte, pela queda dos preços da soja em 2024, em função da maior oferta brasileira.
Entre os setores industriais, o desempenho do segmento de produtos de Madeira e Móveis continua positivo, com exportações totais de US$ 132,6 milhões em agosto.
No acumulado de 2024, o setor apresenta um crescimento de 8% em relação ao mesmo período do ano passado, embora tenha registrado um recuo de 1,2% em agosto comparado ao mesmo mês de 2023. Esse resultado destaca a competitividade do setor, impulsionado pela resiliência da economia norte-americana, com um mercado de trabalho robusto, mesmo diante das altas taxas de juros praticadas pelo FED, o banco central dos EUA. Entre os principais produtos, sobressaem-se as vendas de obras de carpintaria para construção e madeira compensada.
O terceiro setor de maior destaque nas exportações catarinenses foi o de equipamentos elétricos, que incluem produtos como Motores elétricos e Transformadores elétricos. Este último com crescimento de 19,0% em relação a agosto do ano passado. Já os motores elétricos tiveram uma redução de 3,3% em relação ao mesmo período. Mais uma vez, esses setores são altamente competitivos em relação aos mercados mundiais, uma vez que conseguem penetrar mercados exigentes, ao exemplo de Estados Unidos, Alemanha e Emirados Árabes. Outro destino que se mantém como principal destino dos equipamentos elétricos é a África do Sul, com uma demanda aquecida para esses produtos.
Entre os principais parceiros comerciais, Estados Unidos e China, que juntos representam cerca de ¼ das exportações catarinenses, tiveram recuos de 9,6% e 37%, respectivamente. Esse declínio nas exportações para a China reflete a desaceleração dessa economia, que tenta retomar o crescimento com estímulos fiscais e monetários. Em contraste, as exportações para o Japão cresceram 170% em relação a agosto do ano passado, impulsionadas principalmente pela exportação de frango, após restrições ao longo de 2023.
Importações
No lado das importações, Santa Catarina atingiu a marca dos US$ 3,1 bilhões no mês de agosto, o que representou um crescimento de 17,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Com isso, o estado já registra aumento de 16,4% no acumulado do ano, com um valor total de US$ 21,9 bilhões.
Esse é o caso, por exemplo, de veículos, produto mais importado por Santa Catarina em agosto, apresentando um crescimento de 96,9% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Este produto, juntamente com o crescimento de partes e acessórios para veículos (+23,5%), fez com que o setor Automotivo apresentasse o maior crescimento absoluto na comparação interanual, de US$ 107,3 milhões. O crescimento do setor reflete a entrada de veículos elétricos, sobretudo da China, no mercado catarinense. O país asiático foi a origem de 64,4% dos veículos importados por Santa Catarina em relação ao montante monetário.
Os pneus de borracha, ligados à cadeia automotiva, registraram um crescimento de 16,2% na comparação interanual, compondo parte das importações do segmento de Produtos Químicos e Plásticos. Esse segmento alcançou US$ 730,8 milhões em agosto, com destaque para o aumento nas importações de fios de filamentos sintéticos e polímeros de propileno, que cresceram 27,0% e 32,6%, respectivamente, em relação ao ano anterior.
No segmento de Metalmecânica e Metalurgia, destaca-se o crescimento relativo de 242,0% na importação de alumínio em formas brutas quando comparado à agosto passado. Já o cobre refinado, principal produto do segmento, apresentou uma elevação de 17,5% no mesmo período. Este produto foi o segundo mais importado pelo estado em agosto e é um importante insumo para diversas indústrias, como a de equipamentos elétricos e metalúrgica. O cobre importado por Santa Catarina tem origem em países da América do Sul, com destaque para o Chile, que representou 84,1% dos volumes de agosto.
O destaque nesse segmento ficou por conta dos transformadores elétricos, que apresentaram um crescimento de 99,4% em relação à agosto passado e de eletrodomésticos de cozinha, com crescimento de 14,8% no mesmo período. A China é a principal origem das importações catarinenses no segmento, representando 88,9% para os transformadores e 97,4% para os eletrodomésticos em agosto.
Por fim, destaca-se a consolidação da China como o principal fornecedor dos produtos importados por Santa Catarina, respondendo por 44,9% de todo o montante monetário importado pelo estado em agosto. As importações provenientes do país asiático cresceram 32,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Outro país que apresentou um crescimento destacado como origem das importações catarinenses foi a Alemanha, que teve uma elevação de 70,9% na comparação interanual.
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