Em fevereiro, Santa Catarina exportou US$ 848,8 milhões em produtos, o que representou um crescimento de 3,0% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Esse foi o terceiro crescimento consecutivo na análise interanual, recuperando em parte as quedas observadas em meados de 2023.
Esse resultado foi devido, entre outros fatores, à diversificação de parceiros comerciais a fim de compensar a queda de exportações para a China. O país asiático vem enfrentando uma crise imobiliária e problemas estruturais, como o alto grau de endividamento do governo e das empresas. Com isso, a atividade econômica chinesa vem crescendo abaixo da média histórica, ocasionando uma redução no consumo das famílias.
As exportações de carne suína, por exemplo, cresceram 17,5% em fevereiro na análise interanual, apesar de as vendas para a China terem caído 43,5%. Isso se deve, principalmente, ao aumento nas vendas externas para Filipinas, Japão e Coreia do Sul, que cresceram, em média, 168,6%. Movimento semelhante ocorreu nas exportações de carnes de aves, com crescimento nas vendas internacionais para Japão, Emirados Árabes e Iraque.
O segundo setor que mais exportou no estado foi o de madeira e móveis, puxado principalmente pelo aumento nas vendas para os Estados Unidos. Destaque para a expansão nas exportações tanto de produtos de madeira para a construção quanto de móveis de madeira para quartos de dormir. Esse aumento acompanha a retomada do setor de construção estadunidense, dado o aquecimento da edificação de casas unifamiliares e os incentivos governamentais para construção de estruturas industriais.
O setor de construção americano também ajudou a amenizar a queda nas vendas do setor cerâmico para a América Latina, principalmente a Argentina: enquanto as exportações do setor caíram 13,0%, para os Estados Unidos elas aumentaram 28,8%.
Outro setor que se beneficiou bastante das exportações aos Estados Unidos foi o automotivo, com ampliação nas vendas de partes de motor e acessórios para veículos. O país já expandiu sua participação na pauta exportadora catarinense de 14,6% ao final de 2023 para 15,8% no acumulado do ano até fevereiro, sinal da manutenção da economia americana e do arrefecimento na China.
Por fim, o terceiro setor que mais exportou no estado foi o de equipamentos elétricos, com grande destaque para o novo aumento nas vendas de motores elétricos, principalmente para a Itália e Argentina. As vendas de transformadores elétricos também se destacaram no mês, especialmente para África do Sul, Bolívia e Canadá.
O destaque negativo fica para a queda nas vendas para o setor naval, como por exemplo de iates para os Estados Unidos. Além disso, o setor automotivo também apresentou quedas nas exportações de reboques e carrocerias para veículos.
Pelo lado das importações, Santa Catarina comprou US$ 2,5 bilhões em fevereiro, um crescimento de 14,9% em relação ao mesmo mês de 2023. Dentre os fatores que contribuíram para esse resultado, destacam-se as importações de insumos para as indústrias de produtos químicos e plásticos, metalmecânica e metalurgia, e máquinas e equipamentos.
Após problemas no processo produtivo em 2023, as projeções de mercado apontam um crescimento na produção de cobre no Chile em 2024. Isso influenciou o aumento das importações desse produto em fevereiro, com alta de 60,1% na análise interanual.
As importações de insumos para a indústria automotiva também foram destaques positivos neste mês, na esteira da recuperação do setor em Santa Catarina, influenciada em parte pelo ciclo de queda das taxas de juros. Apesar da retração acumulada de 5,0% em 2023, os números do quarto trimestre mostraram um crescimento de 3,3% da produção automotiva em relação ao trimestre anterior.
No setor de máquinas e equipamentos, destaque para o aumento das importações de máquinas de lavar roupa, geladeiras e ar condicionado vindos da China, em função da manutenção do nível elevado do consumo das famílias catarinenses.
Por outro lado, problemas na safra global de azeite têm causado elevação de seu preço, o que refletiu na queda de 46,7% na quantidade importada desse produto no estado. Outro destaque negativo fica por conta da compra de semicondutores, que teve retração de 50,1%, sobretudo os originados da China.
Já em relação aos principais países exportadores de produtos para Santa Catarina, a China continua na primeira colocação, com um montante de vendas equivalente a US$ 1,1 bilhão. Neste caso, vale destacar o aumento da quantidade (em kg) importada de bens desse país, que cresceu 76,4% com relação a fevereiro de 2023.
Tal movimento foi refletido na queda de 28,3% do preço médio de importação de produtos chineses, difundida principalmente entre os setores de produtos químicos e metalúrgicos.
Os Estados Unidos permanecem como o segundo maior parceiro comercial catarinense nas importações, seguidos do Chile, cujas exportações para Santa Catarina aumentaram 41,2% em valor na análise interanual. Já as importações de produtos argentinos registrou nova queda com relação ao mesmo mês de 2023, devido principalmente à redução de compras de carne bovina congelada, frutos secos e arroz.
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