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Exportações catarinenses recuam em maio

Boletim sobre o Comércio Exterior catarinense em maio de 2024

Publicado em 14/06/2024

As exportações de Santa Catarina atingiram US$ 1 bilhão no mês de maio, uma queda de 10,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já no acumulado do ano, o estado alcançou US$ 4,6 bilhões em vendas internacionais, caracterizando recuo de 3,8% em relação ao mesmo período de 2023.

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Tabela com a balança comercial catarinense e brasileira

A redução no valor total das exportações está ligada à queda dos preços internacionais de algumas mercadorias, especialmente das commodities. Essa desvalorização afetou particularmente os produtos alimentícios. Um exemplo vem das exportações de soja, que tiveram um recuo de 64,2% no montante exportado na comparação interanual, devido à desaceleração da demanda chinesa e ao aumento da oferta no mercado global, resultante do bom desempenho das safras na América do Sul.  Da mesma forma, as carnes de aves também sofreram queda no valor exportado, embora a quantidade em quilogramas líquidos tenha aumentado. 

Em maio o estado ampliou o fornecimento para países latino-americanos, especialmente para o México, que zerou as tarifas de importação para itens da cesta básica, estimulando o consumo desse produto. Também houve aumento no embarque do produto catarinense para países do Oriente médio, como Iraque e Catar.

Da mesma forma, a carne suína registrou um recuo de 12,3% no valor exportado na análise interanual de maio. Esse resultado reflete a diminuição da procura chinesa pelo produto importado, devido aos estoques feitos em 2023 pelos produtores locais, que foram transportados para 2024.

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Principais produtos exportados por Santa Catarina

Entre os setores que registraram crescimento em maio, destaque para as exportações de madeira e móveis, impulsionadas pela melhoria no mercado imobiliário dos Estados Unidos. Além disso, países europeus também ampliaram suas compras, em especial a Itália, com crescimento de 69,4%. Os maiores aumentos foram registrados na exportação de madeira compensada e móveis.

Outro setor com contribuição positiva em maio foi o de equipamentos elétricos, que registrou uma expansão de 29,3% no valor exportado. Os motores elétricos, terceiro item mais vendido pelo estado, tiveram um aumento de 51,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. Esse crescimento está associado, em parte, à expansão da indústria de carros elétricos nos EUA, que apresentou uma elevação de demanda em função dos preços competitivos em relação a veículos de outras fontes energéticas ou mesmo híbridos.

O setor automotivo seguiu na mesma linha, com alta de 5,6% na análise interanual, puxado majoritariamente pelas vendas de partes de motor. O estado ampliou o fornecimento para destinos já conhecidos como os Estados Unidos, mas também para países como o México, em 131,5%, e Republica Dominicana, em 58,3%. 

Em maio, os Estados Unidos foram o principal destino dos produtos catarinenses, representando 17,1% do total exportado, um crescimento de 21,2% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em seguida, destacam-se a China, com 11,2% das vendas do estado, o México, com 8,1% e a Argentina, com 5,5%. No mesmo sentido, vale ressaltar que tanto a China quanto a Argentina registraram recuos em suas participações na pauta exportadora na análise interanual atrelada a situação econômica desses países.

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Mapa com os destinos das exportações catarinenses

 

Pela ótica das importações, o estado atingiu a marca de US$ 2,6 bilhões em maio, valor 4,4% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado.

Dentre os fatores que contribuíram para esse resultado, destacam-se as importações de insumos da indústria de equipamentos elétricos,  plástica, metalmecânica, metalúrgica e automotiva. Esse movimento foi estimulado pelo aumento da produção industrial catarinense no início de 2024. Dos cinco principais produtos comprados por Santa Catarina em maio, quatro registraram alta na análise interanual.

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Principais produtos importados por Santa Catarina

O cobre, destaque na pauta importadora em maio, apresentou uma expansão de 64,3% em seu valor quando comparado ao mesmo mês de 2023. Esse aumento resulta da valorização do preço internacional do produto, utilizado desde a indústria metalmecânica em ligas metálicas, até setores de tecnologia da informação em componentes eletrônicos. O Chile manteve-se como o maior fornecedor do estado, responsável por 80,7% do valor importado.

Os semicondutores, outro item de relevância nos processos produtivos, permaneceu com o valor importado praticamente estável na análise interanual. Apesar disso, a quantidade comprada do produto praticamente dobrou, reflexo dos preços  internacionais mais baixos. A China continuou sendo o principal fornecedor desse insumo, mas cabe o destaque para o aumento da participação de outros países, como a Malásia, Áustria e Japão.

As importações de produtos do setor automotivo também registraram expansão em maio. Foram importados US$ 42,1 milhões em veículos elétricos,  montante recorde na série histórica. Além disso, houve aumento nos embarques de partes e acessórios para veículos, especialmente da Coréia do Sul e China.

Outro produto que se sobressaiu em maio foram os fios de filamentos sintéticos, com crescimento de 15,5% no montante comprado. Esse insumo é muito utilizado na indústria têxtil, mas possui uma vasta aplicação, sendo empregado também na indústria automotiva, como nos estofamentos de assentos, e na confecção de embalagens.  Entre os principais países de origem, a China ocupa a liderança, seguida pela Índia que aumentou em 186,4% o montante monetário vendido para o estado quando comparado com maio de 2023.

Entre os principais fornecedores do estado, o maior crescimento foi registrado pela Alemanha. O país é um importante provedor de itens imunológicos, mas o principal vetor desse aumento foi a ampliação dos embarques de painéis para comando elétrico para Santa Catarina. 

Por outro lado, a Argentina perdeu espaço na pauta importadora do estado, com recuo de 15,9% em maio. Entre os produtos vendidos pelo país, destaca-se a queda no fornecimento de legumes congelados e polímeros de etileno.
A China se manteve como o maior país de origem dos produtos que chegam em Santa Catarina, seguida pelos Estados Unidos, Alemanha, Chile e Argentina.

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Mapa comas origens das importações catarinenses

Acesse o boletim na íntegra abaixo:

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