Pelo segundo ano consecutivo, a economia catarinense exportou um montante acima de US$ 11,0 bilhões. Apesar da queda de 3,3% em relação a 2022, os dois últimos meses do ano registraram crescimento nas vendas externas do estado. Com isso, recuperou-se, em parte, as quedas registradas ao longo do segundo semestre.
Três setores impulsionaram o crescimento das exportações catarinenses em 2023: alimentos e bebidas, agropecuária e automotivo.
Com montante de US$ 4,4 bilhões negociados em 2023, o setor de alimentos e bebidas cresceu 4,8% ante o ano passado. As carnes de aves e suínas continuam sendo os principais produtos exportados pelo estado, com aumento nas vendas de carne de aves para China, Arábia Saudita e México, bem como de carne suína para Filipinas, Chile e Japão. Santa Catarina se manteve líder nacional no abate de suínos, além de se tornar o segundo maior em abate de aves, ultrapassando o Rio Grande do Sul no terceiro trimestre. Além disso, houve crescimento nas vendas de produtos de pescado, principalmente para Taiwan e Vietnã.
Na agropecuária, foram negociados US$ 954,0 milhões no setor, o que representou crescimento de 16,6% ante 2022. A produção recorde de soja no estado, estimada em 3,0 milhões de toneladas, foi o grande determinante do resultado, cujo principal comprador continua sendo a China.
Já no setor automotivo, houve crescimento de 10,0% na análise anual e um montante negociado de US$ 880,7 milhões. Além de ampliar o fornecimento de insumos para o México, Santa Catarina exportou barcos de pesca para o Chile e barcos de recreação sobretudo para os EUA e Itália, o que fez o estado líder nacional na exportação desses produtos. Houve também ampliação das vendas de partes de motor para Alemanha e Reino Unido, devido à políticas de fomento da produção de veículos elétricos, no 1º semestre, por parte da União Europeia.
Por outro lado, a queda das exportações na análise anual está associada com a redução das vendas em setores como madeira e móveis, equipamentos elétricos e máquinas e equipamentos. As vendas externas catarinenses foram prejudicadas pela desaceleração econômica de seus principais parceiros comerciais, dentre eles destaque para a Europa e os EUA.
De modo a amenizar esse recuo, Santa Catarina diversificou os produtos exportados em grande parte desses setores. Esse foi o caso, por exemplo, dos transformadores e painéis para comando elétricos, que ganharam participação na pauta exportadora.
Em relação aos principais parceiros comerciais, os EUA se mantêm como principal destino pelo terceiro ano consecutivo. Destaca-se também o México, que aumentou de 4,1% para 6,0% sua participação na pauta exportadora catarinense.
Pela ótica das importações catarinenses, foram comprados internacionalmente US$ 28,8 bilhões em 2023, o que representou praticamente estabilidade em relação a 2022. Já em dezembro, as importações cresceram 21,1% ante novembro, o segundo aumento também consecutivo na análise mensal.
O principal vetor das importações catarinenses no ano foi a manutenção do consumo das famílias, o que incentivou o aumento das compras de produtos para o consumidor final.
Consequentemente, houve aumento das compras de bens de consumo duráveis como eletrodomésticos de cozinha, refrigeradores, máquinas de lavar roupa e videogames.
As importações do estado também foram incentivadas pelo crescimento nas compras de insumos industriais de setores ligados ao consumo das famílias. Aliado à isso, houve queda nos preços internacionais de diversos insumos.
O setor plástico, por exemplo, ampliou as compras de polímeros de etileno, incentivado pelo aumento da produção, bem como pela queda nos preços internacionais. Santa Catarina é o segundo maior produtor nacional no setor e importante fornecedor de embalagens e artefatos de plástico para o restante do país.
Já no setor alimentício, o destaque foi o aumento das compras de leite concentrado da Argentina, incentivado principalmente pela queda nos preços internacionais de produtos lácteos, que atingiram em 2023 o menor valor médio dos últimos cinco anos. Com essa redução, influenciada pela menor demanda chinesa e pelo maior volume de produção global, a indústria alimentícia catarinense ampliou as importações.
Ainda no setor de alimentos e bebidas, houve crescimento das compras catarinenses de preparações alimentícias do Uruguai e de bebidas não alcóolicas da Suíça e Áustria no ano.
Da mesma maneira, as importações da indústria automotiva cresceram 22,3% em 2023, estimuladas particularmente por incentivos governamentais realizados no segundo trimestre. Com isso, houve aumento das compras de insumos do setor, como as partes e acessórios da Coreia do Sul e México e de pneus de borracha da China e Vietnã.
Em 2023, a China segue como principal fornecedora de produtos para Santa Catarina, representando 40,7% das compras internacionais do estado. Destaque também para o crescimento da participação dos EUA, que ultrapassou o Chile e assumiu a segunda colocação dentre as principais origens das importações catarinenses.
Acesse o boletim na íntegra abaixo: