No primeiro trimestre de 2024, as exportações de Santa Catarina totalizaram US$ 2,6 bilhões, marcando uma queda de 4,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar do recuo, esse valor representa o segundo maior montante exportado para o trimestre na série histórica, ficando atrás apenas do registrado no mesmo período de 2023. Quanto ao volume exportado, o estado alcançou o seu maior patamar para o primeiro trimestre desde 1997, início da série histórica, apresentando um crescimento de 15,8% na mesma base de comparação.
A redução no valor total das exportações está ligada à diminuição do preço médio de algumas mercadorias, sobretudo das commodities, como as carnes e a soja, que possuem considerável importância na pauta exportadora catarinense e figuram entre os cinco principais produtos em termos de montante.
As vendas de carnes de aves, por exemplo, que lideram o ranking da pauta exportadora no estado, recuaram 15,4% em relação aos três primeiros meses de 2023. Embora os preços internacionais deste produto estejam se recuperando devido a uma maior demanda global, ainda se encontram abaixo do observado no mesmo período do ano passado.
Em contrapartida, a comercialização de bens de capital mais intensivos em tecnologia cresceu 11,3% na análise interanual do trimestre. Esses produtos são utilizados na produção de outros bens e serviços e são essenciais para a atividade produtiva.
Os motores elétricos, que fazem parte dessa cadeia e ocupam a terceira colocação na pauta exportadora de 2024, seguiram em movimento contrário ao das commodities com uma valorização do seu preço médio. Esse resultado está associado à recuperação das vendas para os Estados Unidos e no aumento do fornecimento para países da Europa, como a Itália que expandiu em mais de 200% as compras desse produto catarinense. O estado também ampliou as vendas do item para países da América Latina, como Argentina e México.
Além disso, houve crescimento nas exportações de produtos do setor de máquinas e equipamentos, como as bombas de líquidos, máquinas e aparelhos mecânicos com função própria e máquinas agrícolas, especialmente para países da América do Sul.
As exportações do setor de madeira e móveis também se destacaram nesse início de ano, com a recuperação das vendas para países como os EUA, que é atualmente o maior comprador desses produtos. O montante comercializado com este país cresceu 17,3% ante o primeiro trimestre de 2023. Além desse fator, o estado tem ampliado os seus parceiros comerciais, com destaque para o aumento da participação da Índia em mais de 200%. Com isso, o setor registrou crescimento de 13,5% no montante exportado frente ao mesmo período do ano passado.
Entre os principais parceiros comerciais do estado ,as exportações para a China e Argentina diminuíram em 21,6% e 8,7%, respectivamente, refletindo a conjuntura interna desses países. Em contrapartida, as exportações para os Estados Unidos aumentaram em 7,0%. Vale ressaltar o crescimento da participação das Filipinas e do Vietnã, impulsionado pelas compras de carne, de soja pelo primeiro e de madeira serrada pelo segundo.
No lado das importações, Santa Catarina atingiu a marca dos US$ 7,6 bilhões no 1º trimestre de 2024, o que representou um crescimento de 7,8% em relação ao mesmo período em 2023.
A importação de cobre foi destaque positivo neste trimestre. A indústria local de máquinas e equipamentos, em função de uma atividade mais forte a partir do último trimestre de 2023, influenciada em parte pelo ciclo de queda das taxas de juros, foi um vetor de aumento das compras do metal.
A indústria automotiva, outro setor que segue em recuperação em função da queda dos juros, desempenhou um papel importante no crescimento das importações de partes e acessórios para veículos, que cresceram 36,0% na análise interanual do trimestre.
No setor de bens de consumo duráveis, destaque para o aumento de 59,2% nas importações de eletrodomésticos de cozinha e máquinas de lavar roupa, em função da manutenção do nível elevado do consumo das famílias catarinenses.
Além disso, a manutenção desse nível de consumo teve impactos positivos na demanda por bens não duráveis. Isso se refletiu no aumento das compras internacionais de insumos do setor de embalagens plásticas, como é o caso dos polímeros de etileno, que registram expansão de 3,6%nas importações.
Outro ponto a ser destacado são as importações de semicondutores, que teve sua participação no valor das importações catarinenses reduzido. Apesar do aumento na quantidade importada, o preço médio dos painéis fotovoltaicos, principal produto importado do grupo de semicondutores, registrou um declínio em função do excesso de oferta global da mercadoria.
Outro produto que registrou queda foram os veículos, em função da internalização da produção no Brasil por parte das montadoras, e da crise econômica na Argentina, um fornecedor significativo desse produto, que prejudicou os embarques para Santa Catarina.
Em relação às principais origens das importações catarinenses no 1º trimestre de 2024, a China é a líder, com US$ 3,3 bilhões negociados, valor que representa um aumento de 18,8% em relação ao mesmo período em 2023.
Em contrapartida, caíram as compras oriundas da Argentina e México, em 23,3% e 7,0%, respectivamente, ambos, em parte, devido à queda dos embarque de veículos para Santa Catarina.
Outro importante parceiro, os Estados Unidos, também registrou queda na participação devido ao recuo nos embarques de algumas mercadorias, como por exemplo, os aços laminados planos. Além dos menores embarques desse produto, o preço médio também sofreu redução devido a maior oferta da China no mercado global. Outra mercadoria que tive recuo no montante importado foram os carbonatos, utilizados como insumo de diversas industrias.
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