Exportações
As exportações catarinenses alcançaram US$ 1,1 bilhão em agosto. Esse valor representa queda de 10,6% em relação a agosto de 2022, quando o estado havia atingido seu maior montante mensal exportado na série histórica. No acumulado do ano, foram exportados US$ 7,9 bilhões.
O desempenho na análise interanual se deve à base de comparação elevada, mas também à desaceleração da atividade econômica mundial, em especial da China. O país asiático, segundo maior comprador de produtos catarinenses, registrou seu quinto mês de contração consecutiva na atividade industrial em agosto, o que afeta diretamente o consumo de produtos no comércio externo. Entre os cinco principais produtos vendidos para o país, quatro apresentaram queda na análise interanual.
A indústria catarinense de madeira e móveis, que já sentia os efeitos do recuo da demanda dos EUA, agora também vem sendo prejudicada pela perda de dinamismo do setor da construção na China. O menor volume de encomendas chinesas foi determinante para a queda nas exportações de painéis de madeira aglomerada e madeira em bruto, por exemplo.
As exportações para os EUA também seguiram em trajetória de queda no mês. Diante do recuo da atividade industrial no país norte-americano em agosto, houve diminuição das compras de motores elétricos, partes de motor e partes e acessórios para veículos.
Para compensar a menor demanda dos principais parceiros comerciais, as empresas catarinenses têm diversificado os destinos de suas exportações.
As vendas externas de carne suína, que ajudaram a sustentar o crescimento das exportações na primeira metade do ano, ficaram praticamente estagnadas em agosto, mas com importante mudança na composição de sua demanda. Se, por um lado, as exportações para a China recuaram 46,7%, por outro lado, houve expansão de 32,2% nas vendas para as Filipinas. Além disso, o estado passou a exportar carne suína para o México, totalizando US$ 10,5 milhões somente no último mês. Em 2023, o Brasil fechou um acordo que permite a comercialização do produto para o mercado mexicano, sem a necessidade de processamento térmico.
Processo semelhante ocorreu com as carnes de aves. O Japão, principal comprador do produto, havia suspendido, até meados de agosto, suas importações de Santa Catarina, após a confirmação de um caso de gripe aviária no estado. No entanto, as vendas externas foram deslocadas para o Oriente Médio, de modo que o volume de exportações não foi prejudicado.
O Oriente Médio também contribuiu para o aumento das vendas de tabaco não-manufaturado, compressores de ar e preparações e conservas de carnes e miudezas. Com isso, a região foi a que mais ganhou espaço na pauta exportadora catarinense, passando de 5,4%, em agosto de 2022, para 8,7% do total, no último mês.
Em agosto, os EUA foram o principal comprador de Santa Catarina, com 15,1% do montante comercializado. Destaque, ainda, para o México, que se tornou o 4º maior importador de produtos catarinenses. Além da carne suína, o país ampliou em 62,7% as compras de partes de motor na análise interanual de agosto.
Importações
Em agosto, Santa Catarina importou um montante de US$ 2,6 bilhões em mercadorias. Esse valor representa um crescimento de 2,4% em comparação com o mês anterior, mas queda de 6,1% na análise interanual.
No mês, o preço médio das importações catarinenses registrou queda de 1,8%. O resultado reflete a continuidade do processo de desinflação global, observado a partir do segundo semestre de 2022. Assim, o crescimento das importações em agosto se deve ao aumento do quantum importado, isto é, do volume de produtos comprados pelas empresas catarinenses.
Um dos principais determinantes desse movimento foi a melhoria no fornecimento internacional de fertilizantes. Os preços desse produto, importante insumo do agronegócio brasileiro, dispararam em 2022, devido ao temor de desabastecimento causado pelo conflito no Leste Europeu, onde encontram-se alguns de seus maiores produtores. Esse temor se dissipou em 2023, reduzindo em cerca de 68,6% o preço de fertilizantes potássicos importados no estado, por exemplo, na análise interanual.
O movimento de queda no preço e aumento do volume importado também foi observado em diversos outros insumos. Dentre eles, destaque para compostos químicos, como polímeros, carbonatos e reagentes de laboratório, além de produtos em metal, particularmente artigos em ferro ou aço.
As importações de produtos do setor automotivo seguiram em expansão em agosto. Foram importados US$ 32,5 milhões em veículos elétricos, montante recorde na série histórica. Além disso, houve aumento nos embarques de partes e acessórios para veículos, principalmente da Coreia do Sul, pneus de borracha da Malásia e aviões dos EUA.
Outro destaque do mês foram as compras de eletrodomésticos, em particular refrigeradores, fogões, máquinas de lavar e secadoras, vindos da China. Com a normalização dos preços de fretes internacionais, esses embarques aumentaram ao longo de 2023. A entrada de grandes marcas asiáticas de eletrodomésticos no mercado brasileiro, também contribuiu para esse resultado.
Apesar disso, as importações totais provenientes da China recuaram 13,8% na análise interanual, também refletindo o processo de desaceleração de sua economia. Entre os principais fornecedores, o maior crescimento foi registrado pelos EUA, com destaque para produtos das indústrias automotiva, química e farmacêutica.
Confira abaixo o Boletim na íntegra: