A equiparação de oportunidades entre homens e mulheres no mercado de trabalho é uma pauta permanente, mas que ganha força com a proximidade do Dia Internacional das Mulheres, celebrado em 8 de março. Um relatório recente do Fórum Econômico Mundial (FEM) revelou que a pandemia ampliou as diferenças entre gêneros e acendeu alerta sobre a temática da inclusão econômica feminina. De acordo com o documento, uma nova geração de mulheres terá de esperar para alcançar a paridade de gênero – em 2021, o tempo global estimado para homens e mulheres conquistarem a equidade passou de 99,5 anos para 135,6 anos.
Outra informação importante apontada pelo FEM em 2021 é que a desigualdade no eixo de Oportunidades e Participação Econômica continua como a segunda maior entre homens e mulheres, atrás apenas da Participação Política.
O relatório aponta ainda que em relação ao Mercado de Trabalho, as diferenças de gênero são mais acentuadas em setores que exigem habilidades técnicas disruptivas. Por exemplo, em Computação em Nuvem, as mulheres representam 14% da força de trabalho; em Engenharia, 20%; e em Dados e Inteligência Artificial, 32%.
Em Santa Catarina, cresce a participação de mulheres no mercado de trabalho STEM
Em Santa Catarina, as mulheres têm alcançado alguns avanços no setor STEM, sigla em inglês que engloba as áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática. O percentual de mulheres no total de empregados avançou de 23,4%, em 2018, para 25,6%, em 2020, conforme análise do Observatório FIESC. O levantamento se baseia em dados mais recentes da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
Outra boa notícia é que a participação das mulheres em profissões STEM vem crescendo a um ritmo superior à média do setor no estado. De 2018 para 2020, conforme dados da RAIS em Santa Catarina, a presença feminina no setor expandiu 24,8%, enquanto o número total de empregados no segmento avançou 14,2%.
A grande demanda por serviços e negócios digitais é uma das explicações para o resultado. A busca por profissionais da área STEM, que já estava aquecida antes da pandemia, ganhou um fôlego ainda maior nos últimos dois anos. Esse cenário colaborou para a chegada de novos trabalhadores ao setor e para a inclusão de mais mulheres neste mercado de trabalho.
Apesar do avanço na participação, ainda há desafios na remuneração entre homems e mulheres. Entre 2018 e 2020, porém, houve um aumento na diferença salarial entre gêneros. A disparidade que era de 26,6% em 2019 aumentou para 30,2% em 2020. Enquanto as mulheres receberam em média R$ 4.961,62 nas profissões STEM em Santa Catarina, o salário dos homens foi de R$ 6.458,52.
