Santa Catarina bateu a marca de US$ 10,1 bilhões em exportações no acumulado de janeiro a outubro de 2022, registrando alta de 20,9% comparativamente ao mesmo período de 2021. Já as importações chegaram a US$ 24,0 bilhões, com crescimento interanual de 17,9%. Na análise mensal, tanto as exportações quanto as importações se mantiveram estáveis em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal.
Exportações
As carnes de aves e suína, os dois maiores produtos exportados por Santa Catarina, registraram resultados positivos no mês de outubro. No caso das carnes de aves, o aumento nas exportações se deve à diversificação de mercado conquistada pelos produtos catarinenses, destacadamente no Oriente Médio, no Sudeste e Leste Asiáticos e na América do Norte. Já os exportadores de carne suína vêm retomando aos poucos o comércio com a China, que tem ampliado as compras de Santa Catarina, para compensar a queda de sua produção doméstica.
Os produtos de alta intensidade tecnológica da pauta exportadora do estado, em especial os motores elétricos e as partes de motor, registraram expansão das vendas em todos os grupos econômicos mundiais no acumulado do ano, com destaque para a Europa e América do Sul.
Já a madeira compensada, insumo importante para a construção, registrou queda nas vendas para os Estados Unidos, devido ao cenário de maior inflação no país norte-americano. No entanto, essa queda vem sendo neutralizada, em parte, pelo aumento das vendas para parceiros comerciais alternativos, como África do Sul, Finlândia, Marrocos e Nova Zelândia.
Dentre os dez principais produtos exportados por Santa Catarina em 2022, as vendas de papel kraft foram as que mais cresceram. O estado aumentou suas relações comerciais, em especial com Argentina, Guatemala, Equador e Gana.
No mês de outubro, destaque para a queda no montante exportado de soja, cuja produção foi prejudicada por condições climáticas adversas e pelo encarecimento nos preços de fertilizantes, associado ao conflito no Leste Europeu. Os Estados Unidos se mantêm como o principal destino das exportações catarinenses (18,3% no acumulado do ano), seguidos por China (13,6%), Argentina (7,0%), Chile (5,0%) e México (4,1%).
Comparativamente a 2021, o país que mais ganhou participação na pauta exportadora foi a Argentina. Contando com novos estímulos fiscais e necessitando recompor o estoques de veículos utilitários, a indústria automotiva do país vizinho tem ampliado continuamente a demanda por insumos fabricados em Santa Catarina, destacadamente produtos de metalurgia e metalmecânica.
Importações
Entre os principais produtos importados pelo estado, os semicondutores registraram a maior expansão no acumulado do ano. Mesmo com a desaceleração da economia chinesa, Santa Catarina dobrou as compras da China, em relação ao mesmo período de 2021, além de aumentar expressivamente as compras da Áustria e de outros países do Sudeste Asiático (Hong Kong, Malásia e Singapura).
Dos tipos de semicondutores importados, destacam-se as células fotovoltaicas. As compras internacionais do produto foram impulsionadas pela isenção de impostos de importação sobre equipamentos de energia solar, aprovada pelo Governo Federal em agosto. A queda nos custos de importações representa um novo estímulo para a economia verde em Santa Catarina. Em 2022, o estado assumiu a liderança nacional em investimentos nos projetos de energia renovável de Micro e Minigeração distribuída na indústria.
As empresas catarinenses também vêm ampliando as importações de transformadores elétricos, muito utilizados para regular os níveis ideais de energia utilizada em máquinas, equipamentos e dispositivos, bem como em linhas de distribuição de energia elétrica.
Os fertilizantes nitrogenados ainda registram expansão no acumulado do ano. Ainda que a quantidade importada do produto tenha diminuído, seus preços permanecem em patamares historicamente elevados no mercado internacional.
Quanto aos resultados de outubro, chama a atenção o aquecimento na demanda por produtos da cadeia automotiva, impulsionados pelo estreitamento das relações comerciais com a Argentina. A alta demanda por automóveis utilitários argentinos foi o principal determinante do aumento de 43,5% nas importações de veículos, no acumulado do ano.
A indústria automotiva foi um dos setores que mais cresceu nos últimos doze meses, acumulando alta de 2,4% na produção. Com isso, houve aumento no montante importado de seus insumos, especialmente partes e acessórios para veículos, pneus de borracha e aços laminados planos.
Outro setor que ganhou participação na pauta importadora catarinense foi o farmacêutico, puxado pelo comércio de produtos imunológicos, medicamos e diversos compostos químicos. Esse movimento está associado às novas regras aprovadas pela Anvisa em agosto, que agilizaram o processo de importação de vacinas contra a Covid-19 e insumos farmacêuticos.
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