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Queda no volume exportado no mês de setembro

Boletim produzido pelo Observatório da Fiesc com análises da Balança Comercial Catarinense

Publicado em 25/10/2022

Em agosto, o Brasil exportou 92,3 bilhões de toneladas, representando uma receita de US$ 27,4 bilhões para o país. Porém, no mês de setembro houve uma queda no volume exportado de 24%, enquanto a receita se manteve no mesmo patamar, ainda assim, este foi 16% maior que o de mesmo período no ano passado. 

As exportações foram fortemente impactadas pelo movimento positivo no setor agrícola brasileiro, porém, Santa Catarina não apresenta o mesmo resultado. Principalmente no setor industrial, que obteve cerca de US$ 16,6 bilhões em receita, um aumento aproximado de 22% em relação à setembro de 2021.

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Exportações 

Grande parte das exportações catarinenses seguem como produtos da indústria de transformação, somando 91% delas até o momento, em 2022. Os principais produtos comercializados são carnes suínas e de aves, que juntas totalizam 29% do total. Seguido, há alguns setores relevantes como o de Equipamentos Elétricos, que obteve um resultado de US$ 856 milhões desde o início do ano, e o de Madeira e Móveis com US$ 1,5 bilhões.
As exportações catarinenses podem ser afetadas com a desaceleração das principais parceiras comerciais, como a China e os Estados Unidos, que passam por um momento delicado. A China segue contraindo sua manufatura e com baixo crescimento do PIB, de somente 0,4%, no segundo trimestre do ano. Quanto aos americanos, as políticas contracionistas adotadas pelo FED, a fim de desaquecer a economia, também dificultam as relações catarinenses com seu parceiro, afetando a demanda por produtos pelos americanos.

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Os Alimentos e Bebidas permaneceram expressivos no resultado final das exportações catarinenses, como 42% do valor total de receita desde janeiro. Santa Catarina tem uma indústria bem diversificada, abrangendo diversas necessidades que os países compradores possam ter. 

Outros setores que estão apresentando destaque positivo ao longo de 2022 são os setores de Metalurgia e Metalmecânica, que mesmo antes do encerramento do ano, entregaram um crescimento de 10% maior que o total de 2021. Sendo a Argentina o maior comprador de produtos metalúrgicos, totalizando US$ 126 milhões em 2022. Outro país importante para essa parcela da indústria catarinense é o Estados Unidos, que mais que dobrou o valor das importações do setor.
Papel e Celulose também seguem o mesmo movimento, com um aumento das vendas de 27% em relação ao ano passado. Sua exportação é voltada para países latino-americanos, por ser um tipo de produto normalmente mais eficiente se a comercialização é próxima. 
É esperado para os próximos meses uma desaceleração nas exportações, comum para o período menos produtivamente ativo. Seguindo, a situação brasileira e estadual está se mostrando melhor que a esperada, aumentando a confiança do empresariado industrial.

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Importações

As importações catarinenses se mantém influenciadas pelo nível de preços nos insumos globais, que apesar de arrefecidos desde junho, ainda seguem em um momento de alta histórica. Por conta da guerra na Ucrânia, que movimentou os preços dos fertilizantes nitrogenados, pelas dificuldades enfrentadas recentemente na manufatura chinesa, que afetou os preços dos manufaturados internacionais, ou pelas incertezas referentes à Taiwan, que afetaram os preços dos semicondutores.

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Quanto aos circuitos integrados, ou semicondutores, sua compra segue em alta, apesar da elevação dos preços no acumulado de 12 meses. Quanto ao motivo do encarecimento, é por conta do conflito entre China e Taiwan, que ainda domina a variação dos preços, refletindo nessa alta. 

Seguindo à atividade industrial, a importação dos insumos do segmento de confecção e vestuário se intensificaram com o passar dos meses, com destaque para os fios e tecidos sintéticos, que avançaram posições entre os produtos mais importados. No mesmo sentido seguem os produtos da cadeia Automotiva, como partes e acessórios para veículos e pneus de borracha, que também seguem destacados.
Seguindo, os polímeros continuam se movimentando na atividade industrial do estado. Em parte, tem-se como resposta as reduções das alíquotas efetuada em agosto pela Câmara de Comércio Exterior. Em complemento, foram observados a partir de junho os efeitos do barateamento do preço do petróleo, que impactaram o produto final. Afinal, esse petróleo mais barato foi incorporado na cadeia produtiva e refletiu seus novos preços nos custos dos insumos, como a Nafta, que permitiram a fabricação e venda mais barata dos polímeros de etileno, assim aumentando os incentivos para importações do produto. 

O maior parceiro comercial de Santa Catarina, quanto às importações, segue como a China, concentrando origem de quase 40% dessas no estado. Demonstrando a falta de diversificação de países de origem de produtos importados em Santa Catarina.
Quanto ao nosso segundo maior parceiro de importações, o Chile, ele segue com problemas na oferta de seu setor de cobre. Isso gera inquietação porque ele representa 49,25% da importações de cobre de Santa Catarina, somado a isso, a possibilidade de greves entre os mineradores, que apertaria ainda mais a oferta do produto, desenvolve mais incertezas para o setor.
Retornando ao tema da falta de diversificação, ela fica aparente quando se observa a proporção dos 10 países que Santa Catarina mais importa, concentrando mais que 70% dos produtos comprados. Isso favorece por um lado as relações comerciais entre esses países, porém, aumenta a dependência da cadeia produtiva catarinense com eles.

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