No 1º trimestre de 2023, Santa Catarina bateu recorde no montante exportado, totalizando US$ 2,7 bilhões negociados internacionalmente. Além disso, registrou também o maior preço médio exportado dos últimos dez anos, no valor de US$ 1,6 mil por tonelada, ocupando a segunda colocação nacional dentre todas as unidades federativas, atrás somente do Amazonas.

Dentre os dez principais produtos da pauta exportadora do estado, a carne suína registrou o maior crescimento do preço exportado no período. Com a reabertura da economia Chinesa, as exportações de carnes de aves para o país cresceram em comparação com o 1º trimestre de 2022. 

As vendas internacionais da indústria de transformação de alta intensidade tecnológica cresceram 8,5% ante o mesmo trimestre de 2022. Dentre elas, destacam-se as vendas de motores de pistão, pelo qual Santa Catarina ampliou as vendas para a Argentina a partir de meados de 2022. Além disso, nota-se o aumento nas vendas internacionais de transformadores elétricos para as Américas, em especial para os EUA, Colômbia, Chile e Canadá.

Já as vendas de partes de motor, principal produto de alta sofisticação tecnológica exportado por Santa Catarina, foram impulsionadas pelo aumento de 30,4% das compras dos EUA nos três primeiros meses de 2023. Vale destacar também a ampliação de 39% das vendas catarinenses de aparelhos telefônicos. O principal comprador do produto foi a Índia, que mais que dobrou o montante comprado no 1º trimestre de 2023.

Por outro lado, os produtos de madeira e móveis vêm apresentando queda nas vendas internacionais, devido à desaceleração da construção civil nos EUA. Entre os principais parceiros comerciais, cabe ressaltar o crescimento da participação da Arábia Saudita, principalmente na compra de carne de aves, e do Chile, que ampliou suas compras de carne suína. 

Importações

No lado das importações, Santa Catarina atingiu a marca dos US$ 7,0 bilhões no 1º trimestre de 2023, e segue como 2º maior comprador externo do país, atrás apenas de São Paulo.

Em relação ao 1º trimestre do ano passado, as importações cresceram 4,6%. Ao contrário do movimento notado nas exportações, o preço médio dos produtos importados recuou 3,9% na mesma base de comparação, o que indica uma queda nos preços dos principais produtos importados pelo estado.

Dos dez principais produtos comprados internacionalmente pelo estado, os fertilizantes potássicos e os veículos registraram as maiores quedas no preço médio importado, -38,8% e -25,4%, respectivamente, ante o 1º trimestre de 2022.

Esse movimento está associado, sobretudo, à normalização da cadeia de suprimentos de alguns itens, bem como também pela desaceleração das economias desenvolvidas, que amenizaram a pressão nos custos de diversas cadeias produtivas.

Destacadamente, os preços dos fertilizantes, que após escalada em 2022, derivada do conflito entre Rússia e Ucrânia, vêm apresentando queda. Diante do aumento da produção de alimentos no início de 2023, Santa Catarina ampliou as compras de fertilizantes potássicos, especialmente de Belarus e da Rússia. O bom momento do setor alimentício influenciou também o aumento das compras internacionais de insumos do setor de embalagens plásticas, como é o caso dos polímeros de etileno. Os preços internacionais desse insumo vêm arrefecendo nos últimos meses.

Da mesma forma, a importação de veículos foi impulsionada pela queda de preços. A Argentina foi o fornecedor que apresentou o maior recuo no seu preço médio (-41,1%), o que colaborou, principalmente, para o aumento das compras de automóveis com capacidade de até 6 pessoas. O estado aumentou também as compras de veículos elétricos da Alemanha.

Quanto aos fornecedores internacionais, os principais parceiros de Santa Catarina na análise do trimestre foram a China (39,6%), os Estados Unidos (8,0%) e o Chile (6,0%).  Na comparação com o ano anterior, destaque para a queda da participação da China e do Chile.

Em contrapartida, houve aumento das compras oriundas dos Estados Unidos (+59,8%), principalmente de polímeros de etileno e carbonatos, e do México (+104,9%), com o aumento das importações de veículos e embarcações.