Importações catarinenses batem recorde em 2021

Em 2021, Santa Catarina registrou déficit na balança comercial (diferença entre o saldo de exportações e importações) de US$ 14,6 bilhões. Essa dinâmica é historicamente presente na economia catarinense e está relacionada à importante participação industrial na atividade econômica do estado – responsável por grande parte das importações, que se refletem em insumos industriais. No cenário nacional, entretanto, houve superávit de US$ 61,2 bilhões na balança comercial.

Exportações

No mês de dezembro de 2021, o valor exportado de Santa Catarina se expandiu 37,1% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Na análise mensal, houve retração de 7,7% no montante exportado em dezembro frente ao mês de novembro, na série sem os efeitos sazonais. Já no ano de 2021, as exportações catarinenses registraram o maior montante da série histórica iniciada em 1997, com expansão de 26,6% em relação a 2020.

Os produtos de carnes de aves e carne suína foram as principais exportações do estado em 2021, com montante total negociado de US$ 2,9 bilhões, uma elevação de 22,8% em relação a 2020. As exportações catarinenses de carne suína em 2021 também representaram um recorde na série histórica iniciada em 1997, tanto em montante como em volume exportado. Isso reforça o bom momento que o setor passou em Santa Catarina e no Brasil em 2021, dada a elevação da cotação dos preços e a demanda mais forte nos principais parceiros comerciais, sobretudo a Ásia.

Outro ponto positivo de Santa Catarina no ano de 2021 foi a recuperação do montante exportado nos produtos de motores elétricos e partes de motor. Juntos, registraram expansão de 40,7% no valor exportado na comparação com o ano de 2020, o que mais que compensou a queda de 22,4% entre 2019 e 2020.

Em 2021, os Estados Unidos passaram a ser o principal destino das exportações de Santa Catarina (18,8% de participação), posição que em 2020 era ocupada pela China. Os produtos do setor de Madeira e Móveis foram os mais demandados pelo país no ano de 2021, representando 53,8% do montante total exportado do estado para os Estados Unidos.

Enquanto isso, a China foi o segundo principal destino dos produtos catarinenses, com 16,9% do montante total exportado pelo estado em 2021. Grande parte dessa movimentação esteve relacionada aos produtos dos setores de Alimentos e Bebidas e Agropecuária, que compreenderam 93,2% das compras chinesas em 2021.

Importações

O Brasil registrou em dezembro crescimento de 29,7% no montante importado em relação a dezembro de 2020. Este aumento se deve sobretudo, pela desvalorização média do real frente ao dólar, bem como da alta nos preços internacionais dos derivados de petróleo. Foram US$ 20,4 bilhões negociados em importações, o maior valor para um mês de dezembro na série histórica iniciada em 1997. No comparativo mensal, o montante das importações brasileiras cresceu 1,0% ante novembro.

Já Santa Catarina registrou, em dezembro, um montante negociado de US$ 2,3 bilhões em importações. Na série sem os efeitos sazonais, o valor representou um acréscimo de 2,9% em relação a novembro. Na comparação com dezembro de 2020, houve aumento de 19,5% no total importado pelo estado.

No ano de 2021, o montante total catarinense chegou a US$ 24,9 bilhões, representando também um recorde histórico desde 1997, com crescimento de 54,9% ante 2020. A retomada da indústria catarinense no ano de 2021 proporcionou um ambiente benéfico para a geração de empregos e a compra de insumos industriais. Os principais destaques foram os produtos de: cobre refinado (+75,9%), revestimentos de ferros laminados planos (+143,4%), polímeros de etileno (+61,9%), fertilizantes nitrogenados (+73,7%) e semicondutores (+94,8%).

Amplamente utilizados nas lavouras para aumentos de produtividade das culturas, os fertilizantes nitrogenados registraram em 2021 forte incremento nas compras do estado. Derivado da amônia – que é obtida a partir da transformação química do gás natural – o produto vem mostrando impactos em seu preço tanto pelas recentes elevações no preço do gás natural, como também pela taxa de câmbio mais elevada, o que afeta sobretudo os custos para o produtor catarinense.

Outros destaques recaem sobre as importações de cobre refinado e revestimentos de ferros laminados planos, utilizados na indústria de transformação e na construção. Além dos impactos oriundos de desarranjos das cadeias produtivas e elevações nos preços internacionais de insumos, a demanda pelo produto cresceu em 2021, dada a retomada da atividade na economia catarinense. Trata-se de insumos fundamentais na composição dos processos produtivos do estado.

A China, com 37,6% de participação, se mantém como principal fornecedora dos produtos importados por Santa Catarina, registrando crescimento de 54,4% em 2021, frente ao ano de 2020. Os principais produtos fornecidos pela China para o estado catarinense foram os revestimentos de ferros laminados planos e semicondutores, materiais comumente utilizados em setores como Máquinas e Equipamentos e na Indústria Automotiva, bem como na Construção civil. Estes produtos corresponderam a 11,6% do total de importações oriundas do país asiático em 2021.

Por fim, cabe destacar o aumento de 86,8% na importação de carros pelo estado em 2021, no comparativo com o ano de 2020. Com a redução da produção na Indústria Automotiva brasileira, que vem sofrendo abalos com a desestruturação das cadeias produtivas globais, tornou-se necessária a importação de veículos de outros países, principalmente da Argentina, responsável por 46,6% das vendas para o estado catarinense.

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