De janeiro a agosto, Santa Catarina exportou US$ 8,2 bilhões, o que representa um crescimento de 26,5% em relação ao mesmo período em 2021. Nas importações, o estado alcançou US$ 18,7 bilhões, aumento de 16,6% no mesmo período de referência. Na análise mensal, as exportações se mantiveram praticamente no mesmo patamar de julho, enquanto as importações registram queda de 2,0%.
Exportações
De maneira geral, o estado segue registrando expansão nas vendas internacionais nos principais produtos de sua pauta exportadora. No acumulado do ano, pode-se destacar os produtos de carnes de aves, motores elétricos, partes de motor, papel Kraft, tubos de ferro e produtos em madeira.
Além disso, Santa Catarina ampliou em 2022 o volume exportado em produtos de plástico, sobretudo para Lituânia, Peru e Austrália.
Apesar da demanda externa por carne suína ainda acusar a normalização dos rebanhos na China (seu principal importador), em agosto as exportações do produto registraram variação positiva, impulsionadas pelo comércio com Filipinas e Japão. Processo semelhante ocorre com a soja, cuja exportação se desloca da China para outros mercados asiáticos, como Vietnã e Irã.
A participação de produtos sofisticados passou a ser de 25,0% no acumulado do ano, ante 23,1% no mesmo período de 2021. Esse movimento se deve à crescente entrada de produtos do setor Automotivo e de Equipamentos Elétricos em mercados globais mais exigentes, como os Estados Unidos e a Europa. Com isso, o valor médio por tonelada dos produtos exportados pelo estado já acumula alta de 12,9% no ano. Considerando somente os produtos sofisticados, o aumento chega a 30,4% em 2022.
Os Estados Unidos se mantêm como o principal destino das exportações catarinenses, com participação de 18,5% no acumulado do ano. No mês de agosto, além do crescimento nas vendas de produtos de madeira e motores elétricos, já presenciado ao longo de 2022, o estado também aumentou o fornecimento de tubos ocos de ferro, destinados para o setor da Construção.
A Argentina também tem ganhado em importância na pauta exportadora do estado, devido ao aumento da demanda por produtos das indústrias metalmecânicas e metalúrgicas, bem como de material plástico e de papel.
Já as vendas para a China registram ainda queda no acumulado do ano, mas agora em menor magnitude. A política chinesa de “Covid Zero” impactou as transações comerciais com o resto do mundo, afetando a pauta exportadora catarinense. Com a flexibilização dessa política, há expectativas de melhora na relação comercial.
Importações
As importações catarinenses ainda seguem influenciadas pelo maior nível de preços nos insumos globais. Apesar do preço dos fertilizantes nitrogenados estar reduzindo desde meados de junho, ele ainda se encontra em patamar elevado, pressionado pelo conflito no Leste Europeu.
As compras internacionais de semicondutores e circuitos integrados registraram crescimento em agosto. Isso é reflexo da gradual retomada da cadeia produtiva do setor, traduzido na desaceleração dos preços, bem como do aquecimento da produção de bens de capital no estado.
Os resultados recentes da economia brasileira, estimulados pelo aumento do consumo das famílias, estão impulsionando segmentos importantes da cadeia produtiva catarinense.
Em linha com a atividade industrial, houve aumento do montante importado na maioria dos insumos do segmento de confecção e vestuário, com destaque para os fios e tecidos sintéticos. No mesmo sentido, foram registradas altas nos embarques de produtos da cadeia Automotiva, como partes e acessórios para veículos e pneus de borracha.
O crescimento da atividade industrial também vem aumentando o montante importado pelas indústrias de material plástico. Esse movimento se acentuou no último mês devido a mudanças nos preços de um dos principais insumos do segmento, os polímeros. Os custos de importação desses produtos encontravam-se em patamares elevados desde o início da pandemia, em decorrência da alta demanda por embalagens e descartáveis e do encarecimento do petróleo. Em agosto, a Câmara de Comércio Exterior reduziu as alíquotas de importações de insumos da indústria plástica, resultando em aumento nas importações de polímeros de etileno e de propileno em Santa Catarina.
Dentre os produtos que diminuíram sua participação na pauta importadora, o destaque segue sendo o cobre refinado, que ainda sofre com problemas de oferta no Chile. As importações do produto acumulam baixa de 12,7% entre janeiro e agosto, comparativamente a 2021.
O maior parceiro comercial de Santa Catarina quanto às importações é a China. A participação do país voltou a crescer em agosto, representando 43,5% de todo o montante importado. Esse aumento está relacionada ao retorno das atividades no porto de Xangai, a partir da flexibilização das restrições aplicadas pelo governo chinês na região. Como resultado, há queda no tempo médio de espera dos navios para o embarque de produtos, favorecendo as importações.
O estado também segue estreitando suas relações comerciais com a Argentina e os Estados Unidos. Considerando o acumulado entre janeiro e agosto, o valor importado desses países cresceu 40,3% e 18,0%, respectivamente.
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