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Santa Catarina registra em 2022 o maior fluxo de comércio internacional da história

Boletim produzido pelo Observatório da Fiesc com análises da Balança Comercial Catarinense

Publicado em 18/01/2023

 

No ano de 2022, Santa Catarina bateu recorde no comércio exterior, tanto nas vendas como nas compras internacionais. No âmbito das exportações, o montante exportado foi de US$ 12,0  bilhões, aumento de 16,2% comparativamente a 2021. Já as importações registraram o montante de US$ 29,0 bilhões, incremento de 16,3% em relação ao ano anterior.

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Exportações

O recorde de exportações atingido por Santa Catarina em 2022 está associado a uma combinação de diversos fatores. Dentre eles, pode-se destacar: a valorização internacional de diversos produtos da pauta exportadora catarinense; o aumento generalizado dos preços cotados em dólar; a diversificação de parceiros comerciais do estado; e a expansão das vendas de produtos intensivos em tecnologia, com alto valor agregado.
Os principais produtos exportados no ano foram as carnes de aves (US$ 1,9 bi), carne suína (US$ 1,3 bi), motores elétricos (US$ 711,9 mi), soja (US$ 643,7 mi) e partes de motor (US$ 545,7 mi).
Além de ser o produto mais vendido por Santa Catarina, a carne de aves representou também o maior aumento no montante exportado ante o ano passado, US$ 335,6 milhões a mais que em 2021. Esse desempenho foi influenciado pelo conflito no Leste Europeu, bem como pelo quadro sanitário da avicultura nos demais continentes, que aumentaram os preços médios internacionais do produto e o volume de encomendas nas indústrias catarinenses, destacadamente dos países asiáticos.

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A segunda maior alta do ano, em montantes absolutos, ficou por conta dos motores elétricos, com aumento nas vendas externas em US$ 228,3 milhões em relação a 2021. Além disso, o produto foi o que mais aumentou sua representatividade na pauta exportadora do estado (em relação a 2021), com aumento de 1,3 p.p. de sua participação.
Esse bom resultado tem sido impulsionado pelo aquecimento do mercado de mobilidade elétrica nos Estados Unidos na Europa. Esses destinos, caracterizados por serem mais exigentes, também foram responsáveis pelo aumento nas exportações catarinenses de outros produtos intensivos em tecnologia, como partes de motor e partes/acessórios para veículos.
O terceiro produto que mais aumentou seu montante exportado foi o papel kraft, com US$ 120,8 milhões, incentivado pelo aumento das vendas para a América Latina, principalmente para a produção de embalagens na indústria. Apesar da desaceleração econômica no 2º semestre, os primeiros seis meses do ano no grupo foram estimulados pelo maior dinamismo nos gastos do consumidor, dada as recuperações no mercado de trabalho e efeitos defasados de transferências fiscais.

Além disso, destaca-se o recorde atingido pelas exportações de milho, que esteve envolvido em negociações realizadas com o Irã em troca de fertilizantes.

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Em relação aos principais destinos das exportações catarinenses, os Estados Unidos seguem por mais um ano como maior consumidor dos produtos do estado, totalizando o montante de US$ 2,1 bilhões. Em seguida, estão a China (US$ 1,6 bi), Argentina (US$ 820,1 mi) e Chile (US$ 605,1 mi).
Dentre os grupos econômicos, a América do Sul registrou o maior aumento em montante exportado pelo estado, com US$ 507,0 milhões a mais negociados em relação a 2021. Santa Catarina registrou valor histórico exportado para as Américas, com US$ 5,7 bilhões negociados em 2022.

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Importações

A escalada da inflação global também foi determinante para o recorde no montante importado em 2022. Isso pode ser visto no índice de quantum das importações, que aumentou 1,1% no ano, enquanto o índice de preços registrou expansão de 12,6%, em relação a 2021.
O principal produto da pauta importadora em 2022 foi o cobre refinado  (US$ 1,2 bi), seguido dos semicondutores (US$ 855,4 mi), fertilizantes nitrogenados (US$ 827,9 mi), revestimento de ferros laminados planos (US$ 745,9 mi) e polímeros de etileno (US$ 605,7 mi).
O último ano foi marcado por uma gradual normalização da oferta de semicondutores, após um longo período de escassez relativa no mercado mundial, provocado pela pandemia. Com isso, o produto registrou o maior aumento no montante importado, US$ 359 milhões a mais em relação a 2021, oriundos majoritariamente da China.
As melhorias nas condições de oferta também se refletiram na indústria automotiva, o que resultou no aumento das importações de veículos, sobretudo vindos da Argentina, além da maior compra de pneus de borracha do Vietnã e da China.
Outro evento marcante para 2022 foi o conflito entre Rússia e Ucrânia, que fez com que vários preços internacionais de commodities disparassem, em especial o de fertilizantes. A Rússia, que era o 2º principal fornecedor do estado, perdeu sua participação no fornecimento para Irã, Catar e Nigéria. O principal fornecedor do estado continua sendo o Omã. 
Outro produto que teve destaque em montante importado foi o coque de petróleo. Além do encarecimento das importações do produto, devido ao aumento de seu preço internacional, Santa Catarina também aumentou  sua quantidade importada devido à abertura de nova rota de movimentação de coque de petróleo no Porto de Imbituba.
Já o cobre refinado, principal insumo importado da indústria catarinense, apresentou a maior retração em valor, comparativamente a 2021. O resultado esteve associado a problemas climáticos enfrentados pelo Chile, os quais comprometeram o fornecimento de cobre em 2022.

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Em relação aos principais parceiros comerciais de Santa Catarina, a China segue ocupando a liderança absoluta no fornecimento de produtos para o estado. Em 2022, foram importados US$ 11,5 bilhões do país asiático, maior montante da série histórica.

Em seguida, aparecem Chile (US$ 1,9 bi), Estados Unidos (US$ 1,8 bi), Argentina (US$ 1,8 bi) e Alemanha (US$ 1,1 bi). Com exceção do Chile, todos esses parceiros comerciais ampliaram sua participação na pauta importadora catarinense no último ano.

Dentre os grupos econômicos mundiais, Ásia e Europa registraram crescimento expressivo no fornecimento de produtos para o estado. Dentre eles, pode-se destacar o aumento das compras de bens de consumo não duráveis, como o azeite e o vinho, incentivados pelo aumento do consumo das famílias em 2022, bem como pelas compras de remédios e produtos imunológicos.

Confira o boletim na íntegra:

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Comércio Exterior