Em fevereiro de 2023, as empresas catarinenses exportaram US$ 820,0 milhões e importaram US$ 2,1 bilhões em mercadorias. Na comparação com janeiro, houve recuo de 11,8% nas vendas e de 1,6% nas compras internacionais. 

Do lado das exportações, Santa Catarina se destacou por atingir um novo recorde nas vendas de bens de capital. Nos dois primeiros meses do ano, os embarques desses bens somaram US$ 195,1 milhões, o maior nível da série histórica (iniciada em 1997), com alta de 32,4% em relação ao mesmo período de 2022.
Os bens de capital são aqueles incorporados pelas empresas (na forma de máquinas e equipamentos, por exemplo) para a fabricação de outros produtos. O aumento das exportações desses bens compensa, em parte, a recente queda de sua demanda interna, influenciada pelo elevado nível da taxa de juros na economia brasileira. Esse processo também indica um ganho de competitividade da indústria catarinense, que amplia sua participação em mercados com elevados níveis de eficiência produtiva e de capacidade tecnológica.
Esse resultado reflete o aumento da demanda dos EUA, que vêm diversificando seus parceiros comerciais para diminuir a dependência da China. As empresas estadunidenses são as principais compradoras de motores elétricos produzidos em Santa Catarina, e vêm ampliando os embarques de máquinas e aparelhos mecânicos e de transformadores elétricos.

A indústria naval também teve contribuição importante para o aumento nas vendas internacionais de bens de capital, através da exportação de US$ 28,0 milhões de embarcações de pesca para o Chile. A região de Itajaí tem se destacado na fabricação de navios do tipo wellboat, em parceria com empresas chilenas.
Além disso, houve expansão nas vendas de caldeiras a vapor para a Colômbia e de transformadores e painéis para comando elétrico para países do Mercosul.
Entre os principais produtos da pauta exportadora catarinense, a carne suína, de aves e seus derivados seguem em expansão, ainda impulsionadas pela retomada da demanda chinesa após a flexibilização da política de “Covid Zero”.
Por outro lado, o fornecimento de madeira e móveis continua em trajetória de queda, refletindo, sobretudo, o arrefecimento do setor da construção nos EUA, seu principal comprador.
As vendas externas de papel kraft também recuaram nos primeiros meses do ano, em linha com o arrefecimento da produção de alguns setores que utilizam embalagens nas principais economias da América Latina.

No acumulado de janeiro e fevereiro, o principal comprador de produtos de Santa Catarina foram os EUA (15,0%). Em seguida, aparecem China (13,7%), Argentina (7,2%), Chile (6,5%), México (5,3%), e Japão (4,2%).

Importações

Os principais produtos importados por Santa Catarina no acumulado de janeiro e fevereiro foram cobre refinado (3,2%), revestimentos de ferros laminados planos (2,9%) e semicondutores (2,5%).
Apesar de seguirem com alta participação na pauta importadora, esses insumos registraram queda na comparação com o mesmo período de 2022. O resultado reflete o recuo do nível de atividade industrial na variação acumulada do ano, especialmente na produção de máquinas e equipamentos e de eletrodomésticos.
Também em linha com o desempenho da atividade industrial, dois setores se destacam pelo aumento das importações: o automotivo e de alimentos e bebidas.

Diversos insumos da indústria automotiva registraram crescimento no período. Dentre eles, destaque para pneus de borracha, provenientes da China e do Vietnã, e de partes e acessórios para veículos, fabricados  na Coreia do Sul e nos EUA. O estado também segue ampliando as compras de veículos do México e da Alemanha.
Quanto aos alimentos e bebidas, nota-se uma expansão tanto nas importações para uso industrial, quanto de bens destinados ao consumo direto das famílias. No primeiro grupo, destaque para as compras de fornos para panificação, malte e leite concentrado. Entre os bens de consumo final, houve aumento nos desembarques de bebidas não alcoólicas, azeite de oliva, queijos e chocolates, sobretudo provenientes da Europa.

Outra mudança importante na pauta importadora catarinense foi a redução das compras de fertilizantes nitrogenados do Omã, principal fornecedor do produto no estado. Em contrapartida, houve um aumento nas compras de fertilizantes potássicos, oriundos, principalmente, de Belarus e da Rússia.
A China segue como a principal fornecedora internacional de produtos para Santa Catarina, com 40,1% do montante importado nos dois primeiros meses de 2023.
Os EUA assumiram a segunda posição no ranking dos principais fornecedores (7,8%), superando o Chile (5,7%). Essa troca reflete a diminuição dos embarques de cobre chileno, por um lado, e o aumento das importações de diversos insumos  das indústrias automotiva, de produtos plásticos e química do país norte-americano, por outro lado.

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