No primeiro semestre do ano, Santa Catarina registrou recordes históricos nos montantes exportados e importados. As exportações no período totalizaram US$ 5,8 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 13,5 bilhões, conferindo ao estado um déficit na balança comercial de US$ 7,6 bilhões. Presentes historicamente na economia do estado, os déficits na balança comercial se dão em função do recebimento de insumos industriais para a Indústria de Transformação.
Exportações
O mês de junho ficou marcado por um novo recorde nos montantes e volumes exportados em Santa Catarina. As vendas ao mercado externo registraram US$ 1,2 bilhão.
O resultado de Santa Catarina no primeiro semestre colocou o estado como o 10º maior exportador do país, com participação de 3,6% do total de exportação brasileira. Os principais mercados de Santa Catarina continuam sendo os EUA (18,4%) e a China (13,6%).
Os EUA, vem orientando a expansão das exportações catarinenses de Motores elétricos, Partes de motor, Madeira serrada e Obras de carpintaria para construção.
Devido à desaceleração da economia chinesa, as exportações catarinenses para o país sofreram redução no primeiro semestre. Mas isso, unido ao conflito do Leste Europeu, possibilitou à Santa Catarina a diversificação e fortalecimento de outros mercados internacionais, sobretudo na União Europeia, Oriente Médio e Oceania.
O principal produto de exportação catarinense no primeiro semestre foi a Carne de aves, com 15,9% do total. Focos de influenza aviária em diversas partes do mundo, assim como a própria inflação de bens substitutos, vem garantindo ao estado catarinense aumentos na procura do produto, enquanto ocorrem quedas nos estoques mundiais. Aumentos nas vendas desse produto para países como Filipinas, Coreia do Sul, Chile e México tiveram contribuição importante para o resultado do estado.
Apesar do recuo nas vendas de Carne suína em relação ao primeiro semestre de 2021, ocasionada em parte pela normalização da produção chinesa após a crise sanitária de Peste suína africana, o produto se manteve como o segundo mais exportado do estado.
Essa queda foi amenizada pelo aumento das vendas catarinenses a outros compradores, como por exemplo, Filipinas, que passou a ser o segundo principal mercado do produto catarinense nesse semestre. O estado também aumentou as vendas para a Rússia nesse mesmo período. Esse resultado sustenta Santa Catarina como o principal exportador de Carne suína entre os estados brasileiros, com market share de 56,9% do total.
Entre os principais produtos exportados, os com os maiores aumentos no primeiro semestre do ano foram Motores elétricos e Papel kraft. As exportações catarinenses de Motores elétricos aumentaram em todos os grupos econômicos mundiais, em especial para os mercados mais exigentes, como a União Europeia.
Importações de insumos industrias se mantém em patamar elevado
Apesar do recuo no volume de importação de alguns insumos industriais no primeiro semestre do ano, na comparação com o mesmo semestre de 2021, principalmente de Produtos Químicos e Plásticos e Metalmecânica e Metalurgia, o volume importado se mantém elevado em Santa Catarina na análise da série histórica iniciada em 1997.
Por outro lado, o preço mais elevado dos insumos e matérias primas vindas de outros países vem encarecendo os produtos oriundos do exterior. No mês de junho, foi importado em Santa Catarina US$ 2,2 bilhões em mercadorias, um aumento de 7,5% em relação ao mesmo mês de 2021. Já no primeiro semestre do ano, o estado importou US$ 13,5 bilhões, aumento de 12,6% em relação a 2021.
O principal país de origem das importações catarinenses no primeiro semestre foi a China, seguido pelo Chile e Argentina.
Santa Catarina dobrou o volume comprado de Polímeros de propileno e Veículos oriundos da Argentina, além de aumentar a importação da Cevada argentina.
O Cobre refinado, produto mais importado pelo estado, registrou montante de US$ 593,3 milhões. Apesar disso, tanto o montante como o volume importado apresentaram retração na comparação com o mesmo período do ano anterior. O Chile, principal fornecedor do estado, vem passando por um período de menor atividade extrativa devido à escassez hídrica e à queda nos teores do minério.
Entre os principais produtos importados no estado, os Fertilizantes nitrogenados e os Semicondutores foram os produtos que registraram as maiores expansões no semestre, em comparação com o primeiro semestre de 2021.
A desaceleração econômica da China no primeiro semestre, causada pelos lockdowns da política de Zero Covid, se refletiu em atrasos sobre os desembarques catarinenses. No segundo semestre, o cenário aspira maior cautela, devido ao processo de normalização dos preços diante das dificuldades logísticas no acesso aos insumos industriais. O Índice Global de Pressão da Cadeia de Suprimentos, que mensura essas dificuldades, mantém nível historicamente elevado durante todo o ano.
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