Em janeiro de 2023 a indústria de Santa Catarina registrou queda de 1 0 na análise mensal, ante recuo nacional de 0 3 Esse resultado ainda está associado aos efeitos do nível elevado dos juros, que causam o encarecimento do crédito e a restrição de seu acesso na economia.
A redução da disponibilidade de crédito na economia acaba prejudicando o investimento em capital fixo nas empresas. No Brasil, a produção de bens de capital registrou recuo de 6,6% na análise interanual.
Em Santa Catarina, esse movimento se manifesta na produção de máquinas e equipamentos e de equipamentos elétricos, que registraram quedas de 10,6% e 4,0%, respectivamente, na mesma base de comparação. Além disso, o aperto monetário tem restringido os financiamentos de automóveis, refletindo em recuo na produção do setor automotivo no início de 2023.
Outro ponto a ser destacado é a persistência do processo inflacionário em alguns grupos de bens de consumo semiduráveis. Entre eles, destaque para os artigos de vestuário, cuja menor demanda tem prejudicado diretamente o setor de confecção.
Por outro lado, a manutenção do nível de renda das famílias no país tem sustentado as vendas de bens de consumo não-duráveis. Com isso, a produção industrial catarinense continua sendo liderada pelo setor alimentício, que registrou alta de 2,3% na análise interanual.
O setor também foi estimulado pela demanda externa. No 1º trimestre de 2023, Santa Catarina aumentou suas vendas internacionais de carnes de aves e suínas, líderes da pauta exportadora, além de outros produtos, como óleo de soja, miudezas comestíveis, suco de frutas e peixes congelados.
A expansão da indústria alimentícia reverbera em sua cadeia produtiva, especialmente no fornecimento de embalagens plásticas, de papel kraft e de papelão ondulado, que também sustentaram resultados positivos na comparação com o mesmo período de 2022. A produção no setor de celulose e papel, em particular, encontra-se 12,9% acima do patamar pré-pandemia.