A atividade econômica de Santa Catarina cresceu 4,2% no primeiro semestre de 2024, com relação ao mesmo período do ano passado, desempenho que foi o dobro da média nacional. Na análise interanual, a economia catarinense cresceu 4,4%, enquanto a brasileira registrou incremento de 3,2% com relação a junho de 2023.
O crescimento econômico do estado no primeiro semestre foi difundido entre os setores de comércio (7,2%), serviços (5,6%) e indústria (5,2%), os quais cresceram acima do Brasil.
Dentro do setor industrial, o segmento de equipamentos elétricos registrou expansão de 17,6% no acumulado do ano. As melhores condições de acesso ao crédito a partir da queda da taxa Selic foram um dos impulsionadores desse resultado, na medida em que favoreceram a demanda interna por produtos dessa indústria. O comércio de eletrodomésticos, por exemplo, teve alta de 13,0% com relação ao primeiro semestre do ano passado. Ainda, a demanda externa possuiu papel crucial para o desempenho setorial, em especial nas exportações de motores e transformadores elétricos.
As vendas externas também foram responsáveis pelo desempenho da indústria madeireira, que cresceu 5,6% no acumulado do ano, na esteira das melhores condições do mercado imobiliário estadunidense.
O setor de máquinas e equipamentos foi outro segmento favorecido pela queda dos juros, tendo expandido 9,6% no acumulado do ano, o que incentivou a demanda da indústria metalúrgica, que cresceu 9,5% nessa análise.
A demanda agregada mais aquecida a partir do aumento de rendimentos reais e maior acessibilidade ao crédito tem impulsionado o serviço de transporte de cargas, que expandiu 5,8% no primeiro semestre. Isso incentivou setores interligados a ele, como por exemplo a indústria automotiva, que expandiu 4,0% na mesma análise, bem como o comércio de veículos, motocicletas, partes e peças, com crescimento de 19,0% no acumulado do ano.
A reboque do consumo das famílias em nível elevado, a indústria de plástico e borracha cresceu 10,4% nos primeiros seis meses de 2024. O principal vetor de expansão desse setor foi a produção de embalagens plásticas, seja para a indústria alimentícia, que cresceu 4,9% no ano, seja para produtos farmacêuticos, de perfumaria e cosméticos, cujas vendas no comércio tiveram crescimento de 12,0%. Como reflexo desses fatores, as vendas em hipermercados e supermercados cresceram 5,0% no acumulado de 2024.
O maior dinamismo do mercado de trabalho catarinense, o qual registrou o terceiro maior saldo nacional de empregos industriais no primeiro semestre de 2024, incentivou segmentos relacionados a serviços profissionais, administrativos e complementares, que cresceram 4,1% no acumulado do ano. Atividades como seleção, agenciamento e locação e mão de obra, além de serviços de escritório e apoio administrativo impulsionaram o desempenho do setor nesse período.
Ainda, destaque para o crescimento de serviços de alto valor agregado em Santa Catarina, como aqueles relacionados à tecnologia da informação, com expansão de 5,4% no acumulado do ano. Nesse ramo, os destaques foram atividades de desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis e sob encomenda.
De modo geral, o crescimento econômico catarinense na primeira metade do ano foi influenciado por uma conjunção de fatores de ordem doméstica e externa, como o consumo das famílias sustentado pelo aumento de rendimentos reais e queda dos juros, aliado ao aumento de exportações de setores industriais que possuem relevante inserção internacional.
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