A economia de Santa Catarina alcançou em abril um crescimento acumulado no ano de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O desempenho foi acima da média nacional, que cresceu 2,1% nessa mesma análise. Na série livre de efeitos sazonais, a economia catarinense expandiu 2,6% com relação ao mês anterior, alcançando o maior crescimento nacional nesse quesito.
A queda da taxa de juros ocorrida a partir de agosto do ano passado tornou as condições de crédito mais favoráveis, incentivando assim o desempenho de setores produtivos ligados a bens de capital, intermediários e de consumo durável.
Esse foi o caso da indústria de equipamentos elétricos, que no acumulado do ano registrou um crescimento de 16,1% na produção. Um dos vetores desse crescimento foi a venda de eletrodomésticos no mercado interno, cujo consumo aumentou 9,1% com relação a janeiro a abril de 2023. Além disso, a demanda externa tem desempenhado papel importante para esse setor, com aumento de embarques de produtos como motores e transformadores elétricos.
A fabricação de máquinas e equipamentos, com crescimento acumulado de 10,2%, também tem sido influenciada tanto pelas melhores condições ao investimento produtivo quanto pelas vendas externas de compressores de ar e bombas de líquido.
As exportações também vêm tendo papel essencial no desempenho do setor de madeira catarinense neste ano, com expansão de 11,1%, impulsionado pela melhoria das condições do mercado da construção nos Estados Unidos, sobretudo relacionado à construção de novas casas unifamiliares.
Outro vetor de crescimento da economia catarinense é relativo a um mercado de trabalho dinâmico, que contribui para o aumento real da massa de rendimentos da população, e consequentemente auxilia na manutenção do consumo elevado das famílias.
Nesse sentido, a produção de veículos automotores, que no acumulado do ano até abril expandiu 7,8%, tem sido impactada tanto pela queda recente dos juros quanto pelo consumo doméstico em nível elevado. O comércio de veículos, motocicletas, partes e peças, por exemplo, cresceu 13,9% na mesma análise e constitui importante fonte de demanda para essa indústria.
Além disso, a produção de produtos químicos teve aumento de 6,4%, incentivada em parte pelo consumo de artigos farmacêuticos, médicos, de perfumaria e cosméticos, cujo comércio experimentou alta de 12,9% no acumulado do ano.
Ainda, o volume de vendas em hipermercados e supermercados, que registrou crescimento acumulado de 2,9% até abril, tem incentivado a demanda por embalagens plásticas, contribuindo para a expansão de 11,3% do setor de borracha e plástico.
Tanto o consumo das famílias quanto o maior nível de produção das indústrias catarinenses auxiliam nas atividades de serviços relacionadas a transportes, devido à maior demanda pelo escoamento dos produtos. Esse segmento registrou crescimento de 7,1% no acumulado do ano até abril.
Por outro lado, o próprio dinamismo do mercado de trabalho catarinense incentiva o volume de serviços profissionais, administrativos e complementares, que neste ano cresceu 7,7%. As principais atividades que se destacam nesse segmento são a locação e o agenciamento de mão de obra, além dos serviços de escritório e apoio administrativo.
Por fim, destaca-se o crescimento de 7,0% do segmento de tecnologia da informação e comunicação catarinense, relacionado a serviços de alto valor agregado e também impactado em partes por um mercado de trabalho mais aquecido.
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