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Atividade Econômica catarinense cresce 2,6% em 2023 impulsionada pelo agro e consumo das famílias

Boletim da Atividade Econômica referente a dezembro de 2023

Publicado em 28/02/2024

Santa Catarina encerrou 2023 com expansão de 2,6% da atividade econômica, valor em linha com a média nacional (2,4%). O estado também registrou crescimento na análise mensal: 1,6% contra 0,8% da média brasileira, na série livre de efeitos sazonais.

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Tabela com as variações no índice de atividade econômica no Brasil e Santa Catarina

 

O desempenho da atividade econômica catarinense em 2023 foi pautado por dois vetores principais: o impulso do agronegócio, pelo lado da oferta, e o consumo das famílias que se manteve aquecido, pelo lado da demanda.

Essa dinâmica, beneficiou, em especial, o setor de serviços, que atingiu expansão de 8% no acumulado do ano. Esse foi o segundo maior valor da série histórica, iniciada em 2012, ficando atrás apenas de 2021, quando o setor iniciava sua retomada após o período de isolamento social.

A resiliência do mercado de trabalho, associado ao aumento do rendimento médio, permitiu a manutenção do consumo doméstico. Com isso, um dos principais destaques do ano foi o grupo “outros serviços”, que engloba desde atividades imobiliárias, reparos de artigos domésticos até atividades como a administração de cartões de crédito. Esse segmento cresceu 11% no estado, contra recuo da média nacional (-1,8%). 

Além disso, o bom desempenho do agronegócio favoreceu os serviços de transporte e armazenagem, que registraram expansão de 9,8% no ano. Essas atividades foram essenciais para o escoamento dos grãos, especialmente no primeiro semestre do ano. O aumento nas atividades turísticas do estado também contribuiu positivamente para o resultado desse grupo.

Já no comércio varejista ampliado, a expansão foi sustentada, em grande medida, pela venda de veículos, motocicletas, partes e peças, que cresceram 9,4% em 2023. O segmento foi beneficiado pela política de incentivos concedida através do governo federal, o que estimulou as vendas de carros populares em meados do ano passado.

Outra atividade de destaque foram as  vendas de combustíveis e lubrificantes, incentivadas, em parte, pelo crescimento nos serviços de transporte. Apesar da reoneração sobre esse grupo no início de 2023, os preços internacionais, como do petróleo e derivados, mantiveram-se estáveis ao longo do ano,  contribuindo para suavizar os impactos da volta dos tributos.

Além disso, vale destacar as vendas em super e hipermercados, incentivadas pela queda nos preços. O IPCA do grupo Alimentos e Bebidas fechou o ano com alta de 1,0%, contra 4,6% do índice geral.

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Variação acumulada no ano da atividade econômica do Brasil e Santa Catarina e Brasil

Setores de plástico e equipamentos elétricos lideram crescimento industrial no ano
 

A produção industrial catarinense apresentou queda de 1,3% em 2023, ao passo que a média nacional cresceu 0,2%, na mesma base de comparação.

Esse resultado está associado aos movimentos cíclicos da atividade econômica observados em 2023. O ano foi caracterizado pelo arrefecimento do processo inflacionário e por uma reancoragem parcial das expectativas de mercado sobre a inflação, o que possibilitou o início do processo de redução da taxa básica de juros em agosto por parte do Banco Central. Apesar disso, a Selic se manteve em patamar elevado ao longo do ano, impactando a disponibilidade de crédito no mercado.

Nesse cenário, os segmentos industriais que possuem maior sensibilidade ao crédito foram mais penalizados, como a construção civil, que em geral incorpora os efeitos da política monetária com certa defasagem. A indústria de minerais não-metálicos, por exemplo, que compreende principalmente a fabricação de materiais utilizados nas fases iniciais e intermediárias da construção civil, como cimento e concreto, registrou 7,7% de queda.

Em contrapartida, o consumo doméstico aquecido impulsionou atividades como a indústria de produtos plásticos e de borracha (10,1%), devido à crescente demanda por embalagens plásticas, especialmente para atender o ramo alimentício.

A fabricação de equipamentos elétricos também se beneficiou dessa dinâmica, com a recuperação nas vendas internas de eletrodomésticos. Outro fator que também contribuiu positivamente para a expansão desse setor foram as vendas internacionais, particularmente as de transformadores e painéis para comando elétrico.
 

Acesse o boletim na íntegra abaixo:
 

Anexos