Santa Catarina registrou a segunda maior expansão da atividade econômica no país em agosto, ficando atrás somente do Paraná. A economia catarinense expandiu 0,9% ante julho, na série livre de efeitos sazonais. Já a média nacional teve movimento inverso, com recuo de 0,8%, na mesma base de comparação.

O resultado de Santa Catarina pode ser explicado, em parte, pelo setor agropecuário, em especial pelo o incremento da produção de grãos em relação à safra anterior. O cultivo de milho apresentou produtividade acima do esperado para a segunda colheita do ano, enquanto a soja registrou aumento de área plantada.

Além disso, de acordo com os dados divulgados pela Epagri em parceria com o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola, Santa Catarina teve alta de 4,5% no volume de frangos destinados ao abate, em relação ao mesmo período do ano passado.

O setor industrial também contribuiu positivamente para o resultado de agosto. As obras de infraestrutura realizadas no estado, em particular a construção de rodovias e estações de geração e distribuição de energia elétrica, tiveram papel importante para o nível de atividade, além de impulsionarem diversos setores de sua cadeia produtiva.

Com isso, houve alta na produção industrial de setores fornecedores de insumos para a construção, como é o caso da metalurgia e de produtos de metal, principalmente nas atividades de fundição e fabricação de estruturas metálicas.

O consumo das famílias, impulsionado pela continuidade do processo de desinflação e pelo aquecimento do mercado de trabalho, é outro fator que tem contribuído para o crescimento da atividade econômica do estado em 2023. Na indústria, a produção de embalagens e artigos descartáveis em plástico, por exemplo, seguiu em expansão na análise mensal.

Nos demais setores, destaque para o aumento das vendas em super e hipermercados e do volume de serviços prestados às famílias, que incluem atividades como as de restaurantes, bares, hotéis, entre outros. 
A queda nos preços contribuíram, ainda, com a expansão de outras atividades de comércio. Entre eles, o varejo de materiais de construção, que foi beneficiado por essa dinâmica em artigos como ferragens, cimento, tintas e material hidráulico.

Apesar disso, o comércio ampliado registrou recuo de 0,4% no mês, condicionado pelos efeitos negativos dos juros ainda elevados sobre as vendas de bens de consumo duráveis e semiduráveis, como móveis e artigos para uso doméstico.

Os serviços também registraram queda no mês, de 0,9% ante julho. Apesar da resiliência do consumo das famílias, houve retração das atividades de transportes, armazenagem e correios, que possuem o maior peso dentro do setor de serviços no estado. 

Por outro lado, os serviços de informação e comunicação continuam com resultados positivos. Em 2023, o estado segue apresentando crescimento no número de startups, que têm contribuído para a expansão de serviços como os de consultoria de tecnologia e suporte técnico.
 

Confira abaixo o Boletim na íntegra: