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Economia catarinense cresce na esteira da dinâmica do mercado de trabalho e queda na taxa de juros

Boletim da Atividade Econômica referente a janeiro de 2024

Publicado em 27/03/2024

Em janeiro de 2024, a atividade econômica de Santa Catarina cresceu 4,3% ante o mesmo mês do ano anterior, acima da média nacional de 3,4%. Com relação ao crescimento acumulado em 12 meses, o desempenho do estado foi em linha com o observado para o Brasil (2,7% e 2,5%, respectivamente).

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Tabela IBC

Os principais vetores do crescimento econômico catarinense nesse mês foram o dinamismo do mercado de trabalho, que contribui para a manutenção do nível elevado do consumo das famílias, além do ciclo de queda das taxas de juros.

O setor de serviços, por exemplo, obteve expansão de 10,2% na análise interanual, puxado principalmente pela atividade de serviços profissionais, administrativos e complementares. Essa categoria inclui itens como serviços prestados às empresas e seleção e locação de mão de obra, que foram impulsionados pelo aquecimento no mercado de trabalho, uma vez que Santa Catarina registrou o segundo maior saldo de empregos do pais em janeiro.

As demais atividades relacionadas a serviços também apresentaram crescimento, com destaque para o transporte rodoviário de carga e serviços de tecnologia da informação.

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Figura IBC3

Já o comércio catarinense teve crescimento influenciado pelo consumo de bens duráveis, como é o caso de veículos, motocicletas, partes e peças e eletrodomésticos. A trajetória de queda da taxa básica de juros, iniciada em agosto de 2023, em conjunto com a manutenção do nível elevado do consumo das famílias explicam o bom desempenho da venda dessa categoria de bens.

O item de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação também apresentou crescimento interanual em janeiro, sofrendo influência tanto da redução das taxas de juros quanto do maior dinamismo do mercado de trabalho. Pelo lado negativo, a venda de móveis apresentou retração no período analisado, bem como o segmento de tecidos, vestuário e calçados.

Pelo lado da indústria, setores que possuem maior sensibilidade à taxa de juros também foram destaque no crescimento interanual. Esse é o caso da produção de máquinas e equipamentos, que cresceu 28,5%, e equipamentos elétricos, com alta de 19,8% no comparativo com janeiro de 2023.

O movimento de expansão de setores industriais mais relacionados a bens de capital e bens intermediários no início do ano encontra reflexo nas projeções de mercado para a economia brasileira. Os últimos dados de expectativas apontam um crescimento de 1,5% da formação bruta de capital fixo em 2024, ante retração de 3,0% no ano anterior.

Além disso, a demanda externa beneficiou o crescimento de setores como o de madeira e móveis e minerais não-metálicos, cujas exportações foram impulsionadas pela melhora nas condições do setor da construção estadunidense.

Por fim, diante da desaceleração da demanda chinesa, a diversificação dos destinos para a carne suína, um dos principais produtos da pauta exportadora catarinense, também trouxe reflexos positivos para a indústria no começo de 2024.

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Figura IBC 2


 

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