O início do terceiro trimestre foi marcado por queda da atividade econômica catarinense de 0,6% ante junho, na série livre de efeitos sazonais. Já a média nacional registrou expansão de 0,4% na mesma base de comparação. No acumulado do ano, o resultado é positivo em ambos os casos, sendo de 2,3% o crescimento em Santa Catarina e de 3,2% no Brasil.
O recuo mensal da economia catarinense está associado às quedas registradas na indústria (-1,5%) e nos serviços (-0,3%). Por outro lado, o setor de comércio varejista ampliado cresceu 2,2% no mês, acima da média nacional.
O desempenho do comércio foi sustentado pelas vendas de veículos, motocicletas, partes e peças, que registraram a maior expansão no mês, 7,7%. O resultado reflete os incentivos governamentais voltados para a compra de veículos novos.
As vendas em hiper e supermercados, que possuem grande peso no comércio catarinense, também cresceram em julho. O processo de desinflação dos preços de alimentos, bem como a recente valorização do salário mínimo, têm contribuído para o aumento da demanda do setor.
A melhoria nos preços tem beneficiado, da mesma forma, as vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação. O IPCA de aparelhos de televisão, som e informática, por exemplo, recuou 14% nos últimos 12 meses, refletindo a queda dos preços de componentes importados.
A indústria, que apresentou a maior retração no mês, vem sendo prejudicada pela demanda interna insuficiente. As taxas de juros ainda em patamares elevados seguem impactando negativamente o setor de bens de capital, além de restringir a demanda por insumos industriais. Em julho, a fabricação de máquinas e equipamentos registrou queda na produção industrial, de 4,7% na análise mensal.
O resultado também foi restringido pelo desempenho da produção de artigos de vestuário e acessórios, com recuo de 3,6% no mês. Com pressões de custos, o setor de confecção acumula a maior alta no Índice de Preços ao Produtor (IPP) entre todos os setores industriais do país nos últimos 12 meses.
Quanto aos serviços, o recuo mensal foi de menor magnitude e menos disseminado entre as atividades. O principal determinante foi a queda de 3,9% no volume de serviços profissionais e atividades administrativas, que havia crescido 8,6% no mês anterior.
Os serviços prestados às famílias, que também vinham impulsionando o crescimento da economia catarinense nos meses anteriores, apresentaram estabilidade em julho. Apesar disso, Santa Catarina foi o segundo estado onde essa atividade mais cresceu no acumulado de 2023.
Entre os serviços com maior expansão no mês estão os de informação e comunicação, que cresceram 1,2% ante junho. O ano de 2023 vem sendo marcado pelo avanço da infraestrutura de rede 5G e pela expansão de suas provedoras regionais no estado, o que fomenta, em especial, as atividades de telecomunicações. Com isso, os serviços catarinenses de informação e comunicação atingiram um novo recorde na série histórica, encontrando-se no maior nível desde 2011.
Outro destaque são as atividades relacionadas ao esporte, recreação e lazer, que compõe o grupo “outros serviços” e tem apresentado expansão contínua desde meados de 2022, em linha com o crescimento da renda disponível das famílias.
Confira abaixo o Boletim na íntegra: