Em janeiro de 2024, a indústria de Santa Catarina registrou crescimento de 6,3% em comparação com o mesmo mês do ano passado, acima da média nacional (3,6%). Com isso, a queda na variação acumulada em 12 meses se reduziu de 1,4% no mês anterior para 0,5% neste mês. Na análise mensal, houve queda de 3,1% na série livre de efeitos sazonais, em decorrência da normalização do indicador após um movimento atípico observado em dezembro de 2023.
Dos quatorze subsetores analisados, onze registraram crescimento na análise interanual. Esse movimento de melhora, sobretudo em setores de maior sensibilidade à taxa de juros, é explicado, em parte, pelo gradual incremento na disponibilidade de crédito a partir do segundo semestre de 2023. As melhores condições financeiras voltam a trazer atratividade a investimentos em bens de consumo duráveis e em capital fixo, beneficiando setores relevantes para a indústria catarinense.
Outro ponto a ser destacado são os índices de preço, que seguiram em processo de desinflação ao longo de 2023 e se mantém em trajetória estável. Esse movimento tem sido favorecido pela redução de restrições nas cadeias de suprimento global pós-pandemia, além de uma atividade econômica mais moderada na China, que vem exercendo pressões menores nos preços das commodities.
Com isso, o setor que mais cresceu na análise interanual no estado foi o de máquinas e equipamentos (28,5%), seguido pelos equipamentos elétricos (19,8%). Ambos também foram impulsionados pelo aumento nas exportações de bens intermediários, principalmente para a América do Sul.
Outros setores beneficiados pela demanda externa foram o de produtos de madeira, com crescimento de 10,6%, e minerais não-metálicos, com crescimento de 9,1%. O principal destino das exportações foram os Estados Unidos, motivadas pela recuperação no setor de construção.
O nível de renda das famílias no país permaneceu favorável ao consumo das famílias e, por consequência, setores ligados a bens de consumo não duráveis mantiveram bom ritmo de crescimento. Esse é o caso da indústria de produtos de borracha e material plástico, que avançou 18,1%. Parte desse aumento se deve a uma maior demanda por embalagens plásticas, principalmente alimentícias. Outro setor beneficiado foi o de produtos alimentícios, que avançou 4,3% no estado, principalmente em função do aumento no abate de aves e suínos.
Entre as atividades que registraram queda, destaca-se o setor de confecção de artigos do vestuário e acessórios, que recuou 12,0%. O segmento vem sendo impactado, em parte, pelo crescimento das importações, que vêm capturando o consumo oriundo da expansão na renda das famílias devido aos preços relativos mais baixos.
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