Em novembro, a produção industrial catarinense recuou 0,7% ante outubro, na série livre de efeitos sazonais. Este foi o terceiro recuo consecutivo na análise mensal. Já a média brasileira cresceu 0,5% ante o mês passado, quarto resultado seguido de leve crescimento.
A diferença entre os resultados de Santa Catarina e Brasil se deve, em grande medida, por causa da indústria extrativa, que é mais preponderante para a indústria brasileira do que para a indústria catarinense. Inclusive, em ritmo menor, a indústria de transformação nacional vem caindo nos últimos três meses, assim como a do estado. Em novembro, a indústria extrativa brasileira cresceu 3,4% na análise mensal, ao passo que a indústria de transformação recuou 0,2%.
Já em Santa Catarina, a queda foi influenciada por setores representativos no estado, que no acumulado do ano seguem prejudicados pelo cenário doméstico ou internacional.
O setor de confecção, por exemplo, registrou a maior queda no mês, ainda prejudicado pela pressão dos custos, o que dificultou também a concorrência em relação aos produtos chineses.
A indústria de madeira também registrou recuo no mês, associada à continuidade do cenário de restrição do setor imobiliário nos EUA, o que afetou o resultado das exportações catarinenses em 2023.
Apesar disso, há setores que registraram crescimento no mês. A indústria automotiva, por exemplo, aumentou em 2,8% sua produção em novembro, o que significou o quarto crescimento consecutivo na análise mensal, recuperando em parte as perdas no 1º semestre.
O setor foi estimulado, sobretudo, pela fabricação de cabines, carrocerias e reboques, atividade que foi líder na geração de empregos formais da indústria de transformação catarinense em novembro. O estado ampliou as vendas externas desses produtos, principalmente para países da América do Sul.
A indústria de celulose e papel também registrou crescimento em novembro, recuperando parte das perdas do terceiro trimestre. A produção catarinense foi incentivada pelo aumento da demanda doméstica por embalagens de papel e produtos para uso doméstico e higiênico, sobretudo nas Regiões Sul e Sudeste do país.
Por sua vez, o setor têxtil registrou crescimento de 1,5% ante outubro, incentivado sobretudo pela atividade de tecelagem de fios de fibras artificiais. Já na metalurgia, houve crescimento de 0,8%. Este resultado pode ser atribuído, em grande medida, pelas obras de infraestrutura no país, em especial em rodovias e na distribuição elétrica.
Vale ressaltar que, apesar da queda mensal do setor de equipamentos elétricos, ele possui o segundo maior crescimento da indústria catarinense no acumulado do ano, incentivado pelo crescimento das exportações de transformadores elétricos. O recuo mensal se deve, em parte, à normalização da produção de eletrodomésticos, após forte recuperação em 2023.
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