Em maio de 2024, a indústria de Santa Catarina cresceu 5,8% com relação ao mesmo mês do ano passado, em direção oposta à média nacional, que apresentou recuo de 1,0%. No acumulado do ano, a indústria catarinense expandiu 6,4%, valor acima dos 2,5% registrados para o Brasil.
A indústria de Santa Catarina segue beneficiada pelas melhores condições de crédito propiciadas pela redução no aperto monetário praticada pelo Banco Central. Esse movimento vem favorecendo a demanda por bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos, e bens de capital, como máquinas industriais.
Nesse sentido, o segmento de equipamentos elétricos é o que apresenta o maior crescimento no acumulado do ano (17,5%). Além da demanda interna, o setor vem sendo beneficiado também pelas exportações. Os motores elétricos, por exemplo, que são o terceiro produto mais exportado pelo estado, ampliaram suas vendas internacionais em 29,3% até maio, principalmente para o exigente mercado estadunidense. A atividade também vem sendo favorecida pela demanda internacional por transformadores elétricos, principalmente da África do Sul, que, em meio a uma crise elétrica, tornou-se o maior comprador deste produto no ano.
Também incentivado pelas condições de crédito, o segmento de máquinas e equipamentos apresenta no ano um crescimento de 10,4%. Inclusive, o setor, que é importante fornecedor de bens de capital, foi o que mais cresceu no mês de maio em comparação a abril (5,9%). Esse resultado é reflexo do melhor desempenho da indústria manufatureira neste ano, tanto em nível estadual quanto nacional.
Assim como o seguimento de equipamentos elétricos, a fabricação de produtos de madeira também vem se beneficiando da demanda externa. Tanto as exportações de obras de carpintaria para construções quanto de madeira compensada cresceram 16,0% no acumulado do ano, puxadas principalmente pelo segmento da construção nos Estados Unidos. Com isso, o setor apresenta crescimento de 7,0% no ano.
A manutenção do crescimento no consumo das famílias, impulsionada por um mercado de trabalho aquecido e ganhos salariais acima da inflação, vem beneficiando setores como o de fabricação de produtos de borracha e plástico, principalmente no que tange à fabricação de embalagens plásticas.
Além disso, a fabricação de artefatos têxteis para uso doméstico, como travesseiros, edredons e almofadas, também vem se beneficiando do consumo das famílias. No ano, o saldo de contratações para a fabricação destes produtos já é 4,6 vezes maior do que no mesmo período de 2023. Dessa forma, o setor têxtil apresenta crescimento de 8,1% no acumulado do ano.
O destaque negativo no período é a fabricação de móveis, que já recua 14,9% em comparação ao mesmo período do ano passado. Isso se deve, em parte, ao arrefecimento nas exportações, com quedas significativas para países como Reino Unido, Espanha e Canadá, apesar do crescimento para os Estados Unidos.
Acesse o boletim na íntegra abaixo:
