No início do segundo semestre, a produção industrial catarinense recuou 1,5% ante o mês de junho, na série livre de efeitos sazonais. Com exceção do Ceará, todas as UFs pesquisadas registraram queda na análise mensal.
A demanda interna insuficiente, associada à contração da indústria brasileira, continua afetando a produção catarinense. Esse resultado está associado ao nível elevado da Selic, com impactos negativos sobre as vendas interestaduais. A recente redução das taxas de juros por parte do Banco Central ainda não reverteu esse processo, dado seus efeitos defasados sobre a economia.
O recuo da atividade industrial também reflete o desaquecimento da demanda externa por parte de importantes parceiros comerciais de Santa Catarina, em especial a China e os EUA.
Um dos setores mais prejudicados por esse cenário é o de máquinas e equipamentos, com queda de 4,7% no mês. Além da menor demanda interna por maquinário industrial, houve recuo nas exportações de compressores de ar, principalmente para os EUA.
A maior queda no mês veio do setor automotivo, que teve retração de 7,3%. Esse resultado se deve, em grande medida, pelo término da política de incentivos governamentais no setor.
Dentre os pontos positivos no mês, destaque para a indústria metalúrgica, que registrou o segundo crescimento consecutivo e recuperou, em parte, as perdas observadas em maio. O setor retomou as vendas de insumos para o restante do país, além de ampliar as exportações de sucata de ferro para a Índia.
Outro destaque no mês foi o setor de equipamentos elétricos, incentivado tanto pela produção de eletrodomésticos, como pelas vendas externas de painéis de comando elétrico e de transformadores elétricos para países da América Latina.
A indústria alimentícia catarinense também teve resultado positivo em julho, ao contrário da média nacional, que registrou estabilidade.
O setor vem sendo estimulado pelo abate de aves no estado, que, no segundo trimestre deste ano, passou o Rio Grande do Sul no volume de animais abatidos, assumindo a segunda colocação no ranking nacional. Isso contribuiu para que Santa Catarina ampliasse suas exportações de carne de aves processadas, que se destinam, sobretudo, para os Países Baixos.
As safras de grãos, em especial a de milho, também estimularam a produção de alimentos para animais. Em julho, o estado ampliou as exportações do produto, principalmente para a Argentina.
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