Em julho de 2024 a indústria catarinense cresceu 1,3%, em relação ao mês imediatamente anterior, enquanto a produção industrial brasileira marcou recuo de 1,4% na mesma base de comparação. Na análise interanual, a indústria catarinense teve variação de 11,8% e cresce no acumulado do ano 6,5%, acima dos 3,2% da média nacional. Na média móvel de três meses com dados dessazonalizados a indústria catarinense cresceu 1,9%.
O crescimento da indústria catarinense é impulsionado principalmente pela fabricação de bens de capital, que acumulou alta de 11,6% no ano. O setor de máquinas e equipamentos destacou-se com uma expansão de 26,6% em julho de 2024, em relação ao mesmo mês de 2023. Outro destaque foi o setor de equipamentos elétricos que também apresentou crescimento, com elevação de 17,5%, próximo à média nacional de 18,0% no mesmo período de comparação.
Esses setores tem se beneficiado das condições financeiras menos restritivas que marcaram o primeiro semestre, além da demanda internacional por esses bens permanecer aquecida. A queda do custo de financiamento para a aquisição de bens de capital, assim como um volume de crédito maior direcionado a renovação de máquinas e equipamentos para o setor industrial, explicam o bom desempenho.
Esse cenário foi possível devido à redução das taxas de juros para operações de crédito para pessoas jurídicas, que desde a segunda metade de 2023, acumula uma queda de cerca de 6 pontos percentuais. Esse movimento permitiu que os setores mais intensivos em capital, - que demandam prazos mais longos de financiamento, - aproveitassem o ciclo de queda das taxas de juros. Contudo, já se observa uma inflexão no ciclo de crédito a partir de julho.
Outro setor que vem sendo beneficiado pela conjuntura econômica doméstica é a produção de bens de consumo, com crescimento de 2,4% em 12 meses e uma alta de 5,1% no acumulado do ano de 2024. Esse bom desempenho do setor reflete um mercado de trabalho aquecido com sustentação da renda das famílias e inflação em níveis favoráveis, de modo a abrir espaço no orçamento das famílias para o consumo de bens industriais. Isso se reflete no bom desempenho da indústria têxtil que apresentou crescimento de 12,4% na análise interanual de julho, assim como o setor de confecção de artigos do vestuário com expansão de 25,5%.
Concomitantemente, o setor automotivo, que inclui a fabricação de automotores, reboques e carrocerias, registrou um crescimento de 13,5% em julho, comparativamente com o mesmo mês do ano anterior. Esse desempenho pode ser atribuído às melhores condições de financiamento, que impulsionaram a renovação de frotas e a compra de veículos. Além disso, a demanda agregada aquecida contribuiu para esse crescimento.
Destaque também para a fabricação de produtos de madeira, que mantém crescimento de 5,7% no acumulado do ano e alta de 5,6% na análise interanual de julho. O que coloca Santa Catarina como o segundo melhor desempenho do Brasil. Esse segmento vem sendo estimulado pela maior demanda externa, especialmente dos EUA.
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