Nos seis primeiros meses de 2023, a produção industrial catarinense registrou queda de 3,8%, comparativamente ao mesmo período de 2022. Já a média nacional registrou praticamente estabilidade na produção do 1º semestre.
Apesar do resultado negativo no semestre, em junho a produção industrial do estado expandiu 2,6% ante mês anterior. Foi o maior crescimento da indústria catarinense na análise mensal em 2023, além de ser a terceira maior expansão do país.
Entre os destaques mensais, a fabricação de produtos alimentícios registrou aumento de 8,1%, após queda em maio. O setor foi impulsionado, principalmente, pelo aumento das exportações de carne suína, devido ao bom momento do número de abates no estado.
A indústria automotiva também apresentou resultado positivo no mês, com crescimento de 1,1%, ante queda na média nacional de -4,0%. O setor vem sendo incentivado tanto pelo aumento do fornecimento de insumos para a Europa, como também pelos incentivos governamentais para a produção local.
No 1º semestre de 2023, a queda do resultado catarinense está associada com o arrefecimento da demanda de alguns produtos catarinenses no cenário doméstico e internacional.
No Brasil, o nível elevado das taxas de juros repercutiu na escassez do crédito para as empresas e para os consumidores. Consequentemente, houve redução nos investimentos de bens de capital nas empresas, além de encarecer o crédito imobiliário para a população.
Com isso, a produção de bens intermediários no estado, caracterizada pelo fornecimento de insumos para outras indústrias do país, foi penalizada, principalmente pela desaceleração do setor da construção.
Entre as atividades catarinenses interligadas a essa categoria, a de metalurgia, importante fornecedora de insumos para o restante do país, apresentou recuo de 10,8% na análise interanual do semestre.
A indústria de minerais não metálicos, que compreende principalmente a fabricação de materiais utilizados na construção civil, como cimento, concreto e produtos cerâmicos, registrou a segunda maior queda do semestre (-14,4%).
Por parte da demanda internacional, o setor de madeira e móveis vêm sendo penalizado pela redução das vendas para os EUA. O setor da construção norte-americano também vem registrando desaceleração na produção, devido à política ativa de aumento das taxas de juros.
Destaques positivos no semestre
A indústria de produtos de borracha e material plástico registrou o maior crescimento da indústria catarinense no 1º semestre. Esse bom desempenho está associado ao aumento do fornecimento nacional de embalagens plásticas para atender a indústria alimentícia.
Ao contrário da média nacional, os setores de máquinas e equipamentos e equipamentos elétricos também registraram aumento na produção industrial semestral. Ambos foram incentivados pela expansão das vendas internacionais.
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