Em outubro, a produção industrial catarinense apresentou queda mensal de 0,6%, na série livre de efeitos sazonais. No resultado do acumulado do ano (janeiro a outubro), a indústria catarinense segue registrando recuo, agora de 2,1%, enquanto a média brasileira permaneceu estável.
A diferença entre esses resultados se deve, em grande medida, à indústria extrativa, que tem maior relevância no cenário nacional, e compensou o recuo observado na indústria de transformação. Já a manufatura catarinense, que possui maior representatividade no PIB do que a média nacional, vem sendo penalizada pelo encarecimento dos investimentos, devido aos efeitos do alto nível da taxa de juros na economia.
Apesar do recuo, algumas atividades industriais têm se destacado ao longo de 2023. Em especial, nota-se crescimento em atividades mais associadas ao consumo das famílias e ao setor agropecuário, dois dos principais vetores da expansão da atividade econômica no período.
No topo do ranking setorial, a fabricação de produtos de borracha e material plástico cresceu 7,9% no acumulado do ano. A atividade foi impulsionada pela demanda de outros segmentos ligados ao consumo das famílias, como o fornecimento de embalagens para a indústria alimentícia.
A indústria química também foi estimulada pelo consumo das famílias, com alta nas vendas de produtos farmacêuticos e de perfumaria. Além disso, houve aumento no fornecimento de insumos químicos para outros setores, a exemplo de aditivos para a indústria plástica e para o tratamento de metais.
A produção agropecuária, que teve contribuição importante no PIB em 2023 devido às safras recordes e ao ciclo de alta na pecuária, impulsionou a demanda do segmento de máquinas e equipamentos, que teve expansão de 3,3%. Vale citar o fornecimento de maquinário para a agricultura e para a produção de alimentos, em especial para frigoríficos. Aliado a isso, o aumento nas exportações de alguns produtos do setor, como máquinas e aparelhos mecânicos com função própria, também favoreceu o resultado.
Destaque, ainda para a produção de equipamentos elétricos, que registrou alta de 5,8% no período. O setor foi impulsionado pela retomada da produção de eletrodomésticos e pelas vendas externas, em especial de transformadores e painéis de comando elétrico.
Em relação à análise interanual, o estado registrou alta de 3,9%. O crescimento nessa análise se deve, em parte, à baixa base de comparação do segundo semestre de 2022, período marcado pelo maior impacto dos efeitos da política monetária restritiva e pelo aumento das incertezas na economia. Desde então, observa-se uma limitação persistente ao crescimento da indústria, tanto no Brasil, quanto em Santa Catarina.
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